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    Atraso do IFA para a produção de vacinas terá impacto na campanha, avalia médico

    Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha disse que dependência de insumo do exterior é 'grande problema' para o Brasil

    Produzido por Elis Franco, da CNN, em São Paulo

    O atraso na chegada de um novo lote de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), importado da China e utilizado para a produção de vacinas contra a Covid-19 no Brasil, impactará a campanha nacional de vacinação. A avaliação é do presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (17).

    Segundo Cunha, a dependência de insumos vindos do exterior é um “grande problema” para o país. “Enquanto não tivermos capacidade de produzir o nosso próprio IFA , dependeremos da vinda do exterior, em especial da China. Esse atraso na chegada com certeza vai impactar nos nossos números [da campanha de vacinação], que já não são aqueles que gostaríamos”, disse Cunha.

    De acordo com o especialista, a maior preocupação é com o atraso da aplicação da segunda dose nas pessoas que já receberam a primeira, já que todas as vacinas utilizadas até o momento no Brasil dependem de duas doses para garantir proteção contra o novo coronavírus (Coronavac, AstraZeneca e Pfizer). 

    Produção paralisada

    O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (17) que o Brasil deve receber da China um novo lote de IFA até o dia 25 de maio. Em São Paulo, a produção da Coronavac pelo Instituto Butantan foi suspensa pela falta do insumo. A Fiocruz, no Rio de Janeiro, que fabrica a vacina AstraZeneca/Oxford, também receberá mais IFA no dia 22 de maio, segundo nota divulgada nesta segunda-feira.

    Para Cunha, a paralisação da produção de vacinas por falta de IFA soma-se à toda “logística complicada” desde o início da campanha de imunização contra a Covid-19 no país.

    “Sabemos que as estratégias [de combate à pandemia] não foram adequadas. Como, por exemplo, a estratégia do Ministério da Saúde na compra de vacinas. Porque se sabia que não poderíamos depender só de uma ou duas vacinas e, ao mesmo tempo, cada vez que temos mais vacinas disponíveis, mais a logística fica cada vez mais complexa.”

    Vacinação contra Covid-19 em São Paulo
    Vacinação contra Covid-19 em São Paulo
    Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo