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    Doria diz que Butantan terminará fase 3 de estudo da Coronavac nesta semana

    Governador de SP diz que pedido de registro simultâneo na Anvisa e na China será feito em 23 de dezembro e mantém previsão de iniciar vacinação em 25 de janeiro

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

     

    João Doria segura dose da Coronavac em entrevista no Palácio dos Bandeirantes
    O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), segura dose da Coronavac em entrevista no Palácio dos Bandeirantes
    Foto: Divculgação/Governo de São Paulo

    O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (14) que o Instituto Butantan concluirá nesta semana a fase 3 dos estudos da Coronavac e pedirá o registro do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na quarta-feira (23).

    “Os cientistas do Butantan e do laboratório Sinovac, de Pequim, decidiram atender a recomendação do Comitê Científico Internacional e concluir os estudos finais da fase 3 da vacina do Butantan nesta semana”, disse o governador, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.

    “O Butantan solicitará o registro da vacina na Anvisa no dia 23 de dezembro. Na prática, optar por registrar a vacina com o estudo conclusivo garantirá agilidade no pedido de reconhecimento desta vacina”, completou.

    De acordo com o político, o pedido de registro ocorrerá de forma simultânea tanto na Anvisa quanto na National Medical Products Administration, a agência chinesa de regulação de medicamentos.

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    O tucano informou que essa decisão foi tomada depois de os cientistas sinalizarem que já superaram o número mínimo necessário de 151 voluntários infectados para determinar a eficácia do imunizante.

    “Hoje, a fase 3 da vacina do Butantan já tem 170 voluntários vacinados, entre os que receberam a vacina e o placebo. Registrar a vacina com o estudo conclusivo permitirá maior confiabilidade na análise da eficácia da vacina. Outro benefício será conquistar o registro definitivo da vacina em vários países do mundo”, afirmou Doria.

    Ele afirmou que a expectativa do governo é que o registro da Coronavac seja emitido ainda em 2020 e reiterou os planos do governo paulista de iniciar a vacinação em 25 de janeiro de 2021.

    O estudo é conduzido pelo Butantan em 16 centros de pesquisa espalhados por sete estados e o Distrito Federal. Cerca de 11 mil profissionais de saúde participaram da pesquisa. No teste duplo-cego, metade deles recebeu duas doses da vacina, enquanto os demais tiveram a aplicação de placebo.

    Desde a quarta-feira (6), o Butantan já produziu um milhão de doses do imunizante. “Não é uma vacina apenas para o Brasil, é uma vacina para o mundo”, afirmou o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

    “Atingimos a meta deste estudo clínico que permitirá o registro desta vacina no Brasil, na China e no mundo”, concluiu.

    Conass quer mediar relação com Saúde

    Também presidente na entrevista, Carlos Lula, secretário de saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), afirmou que durante anos o país deu exemplo ao mundo de como se deve fazer uma campanha de imunização. 

    “Não é possível que, neste momento de enfrentamento da pandemia, a gente vacile. Há necessidade de se incorporar ao Plano Nacional de Imunização todas as vacinas consideradas eficazes e seguras. Mas mais do que incorporar, a gente, no contexto pandêmico, tem que entender que é preciso velocidade e agilidade”, afirmou Lula.

    Ele disse ainda que o país precisa ter janeiro – e não março – como horizonte para iniciar a vacinação de toda a população brasileira. 

    “O Conass se coloca também como mediador para qualquer tipo de divergência que haja entre o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde para que possamos o quanto antes iniciar a imunização de todos”, afirmou.