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    ‘Resultado da politização’, diz pesquisadora sobre rejeição à vacina chinesa

    Vacina inglesa, amercana e alemã têm maior aceitação, segundo pesquisa

    Quase metade dos brasileiros (46%) afirma que não tomaria uma vacina de origem chinesa contra a Covid-19. A rejeição a um imunizante chinês é maior do que ao que tem origem russa – rejeitado por 38% dos entrevistados–, ao de Oxford (Reino Unido) ou aos dos EUA e Alemanha, ambos com rejeição de 22%. O Brasil já registrou 5,1 milhões de casos da doença e mais de 150 mil mortes.

    Em entrevista à CNN, na tarde desta sexta-feira (16), Natália Pasternak, microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), disse que o dado é resultado de uma “politização em cima da vacina”, e que é importante se atentar para que este movimento não atrapalhe as campanhas vacinais. A especialista reforçou ainda que todas as vacinas “são igualmente promissoras”. 

    “Fiquei bastante surpresa com o resultado das pesquisas e com a rejeição à Coronavac. Todas as vacinas que estão agora em fase 3 são igualmente promissoras e foram consideradas seguras o suficiente para entrar nesta fase. Durante este período elas serão constantemente avaliadas para segurança e para a eficácia. Não há motivos para ter medo de uma ou de outra e, principalmente, não há motivos para confiar mais em uma, do que em outra. Elas são igualmente promissoras. Não há motivo para esta desconfiança”, explica. 

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    A CoronaVac, vacina produzida por laboratório chinês e com parceria do Instituto Butantan, será testada no Brasil a partir de 20/7
    Foto: Reprodução/ GovernoSP

    Pasternak sustenta ainda que o receio das pessoas não está ligado às tecnologias utilizadas na produção dos imunizantes. Segundo ela, todas as vacinas são avaliadas para a segurança. 

    “É uma politização [da vacina]. Se fosse por causa de tecnologias, a que deveria ter maior aprovação, por se tratar de uma metodologia antiga e consagrada, teria maior aceitação a Coronavac. Ela é uma vacina de vírus inativado, de primeira geração, que temos várias iguais a ela e presentes no calendário vacinal. A vacina Moderna, dos Estados Unidos e da Pfizer, usam tecnologia de terceira geração, genéticas. Todas elas estão avaliadas para a segurança e nenhuma agência regulatória vai aprovar uma vacina que não seja segura. Todas elas vão ter certificado”, disse.

    E reforça:  “(…) A gente não pode deixar esta politização em cima da vacina, atrapalhar as campanhas vacinais. Nós temos 200 milhões de pessoas para vacinar e não vai ser com uma única delas [das vacinas] que a gente vai conseguir fazer isso. Por isso é importante termos acesso a todas elas. Não vamos poder nos dar ao luxo de ficar politizando em cima de vacina e, principalmente, ficar escolhendo tecnologias”.

    (Edição: Sinara Peixoto)

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