Correspondente Médico: Bebida e cigarro aumentam risco de câncer na garganta?
Neurocirurgião Fernando Gomes explica a doença que matou o Guitarrista Eddie Van Halen
O guitarrista Eddie Van Halen, um dos maiores nomes da história do rock, morreu nesta terça-feira (6), vítima de um câncer de garganta, aos 65 anos. Eddie era o rosto da banda que leva seu sobrenome e que dividia na formação atual ao lado de David Lee Roth, do irmão Alex Van Halen e do filho Wolf Van Halen.
Na edição desta quarta-feira (7) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou o que é o câncer de garganta e como identificá-lo. O médico também alertou sobre o impacto da bebida e do cigarro para o desenvolvimento da doença.
“O músico tem, como uma situação genética e comportamental, o hábito do tabagismo crônico e do álcool. Outra situação que também pode ter ocorrido é uma nova lesão ou ela ter voltado após anos do primeiro tratamento. O fator de risco existe e acaba influenciando e quando existe um problema no padrão de renovação de células, a gente acaba tendo um viés de existir a formação de maneira anormal e em excesso”, explicou.
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Na avaliação do médico, é necessário ficar atento aos hábitos, uma vez que a bebida o cigarro podem impactar diretamente na produção de células, podendo desencadear o câncer na garganta.
“A garganta acaba sendo um ambiente que compartilha o aparelho digestivo e respiratório. A bebida alcoólica e o tabaco acabam entrando em contato com estes sistemas e influenciam neste processo de divisão celular. O quadro clínico acaba sempre sendo de forma monótona e semelhante aos outros casos de câncer”, disse.
Mudança na voz, dificuldade para engolir, irritação na garganta, dor de ouvido, caroço no pescoço e tosse. Estes, segundo Fernando Gomes, são alguns dos principais sintomas da doença.
“A existência do câncer acaba manifestando estes sinais listados, que são muito mais comuns em outras doenças. No entanto, se quadro de voz rouca persiste por duas semanas e sem nenhum sinal gripal, por exemplo, você acende um alerta vermelho e buscar um especialista que trata esta questão.”
O médico também alerta para os chamados fumantes passivos, aqueles que convivem com indivíduos que fumam frequentemente. Segundo ele, “estas pessoas também têm contato com a fumaça de alguma forma” e que isso pode ser extremamente prejudicial à saúde.
“O ser humano sempre foi curioso e tenta “buscar” o conforto através de uma automedicação natural. No caso das bebidas e cigarros, eles acabam impactando o cérebro e ele não sabe diferenciar o impacto destas drogas. Se aumenta ansiedade ou cobrança, naturalmente as pessoas buscam por alternativas socialmente aceitas”, finaliza.
(Edição: André Rigue)
