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    ‘A COVID-19 chegou definitivamente na periferia’, diz secretário de Saúde de SP

    Falta de respiradores para atender pacientes com coronavírus também preocupa, diz Edson Aparecido dos Santos

    Da CNN, em São Paulo

    A pandemia do novo coronavírus pode fazer ainda mais vítimas na periferia de São Paulo, disse o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, à CNN na noite deste sábado (11). A disseminação da COVID-19 entre os mais pobres e a falta de respiradores suficientes se os casos aumentarem foram assunto da entrevista.

    “O processo de disseminação da doença na cidade chegou na periferia. Num primeiro momento, tivemos o chamado ‘vírus importado’, [em bairros como] Butantã, Vila Mariana, Morumbi. Mas agora é possível notar em todo o conjunto da periferia – M’Boi Mirim, Cidade Tiradentes, Ermelino Matarazzo, Pirituba, Vila Maria – a presença não só de pessoas confirmadas e hospitalizadas com a Covid-19, como as mortes começaram a acontecer”, disse.

    “O que mais demonstra o processo de agravamento nas áreas mais distantes da cidade é a morte de profissionais de saúde. Tínhamos até três dias atrás oito profissionais de saúde que morreram em função da COVID-19, e só hoje tivemos mais um médico e uma enfermeira.O processo de disseminação da doença chegou definitivamente nas áreas mais periféricas da cidade. A gente pode ter, se não avançarmos no processo de restrição de circulação, um avanço muito rápido da doença”, prevê o secretário.

    Santos aconselha que as pessoas permaneçam em casa. “Se a doença se disseminar na periferia da cidade, vamos ter que reduzir a circulação a mais de 70%, para que a gente não tenha um colapso da rede pública de saúde. É fundamental que a população entenda: a situação é muito grave. Vamos ter a partir da próxima semana uma pressão muito grande nos hospitais públicos de São Paulo. Se não tivermos esse processo de conscientização das pessoas, podemos notar que de 15 a 20 dias nosso sistema de saúde estará bastante comprometido”, explica.

    Respiradores

    Também não há respiradores suficientes se os casos graves se agravarem, conta. “A situação é dramática. Há três meses a gente adquiria um respirador por US$ 16 mil, US$ 17 mil, hoje um respirador desse no mercado internacional é US$ 40 mil. Nós conseguimos, felizmente, há dois meses, fazer uma compra para os hospitais da prefeitura, mas todos os equipamentos já estão alocados”.

    O secretário conta que há conversas para a busca de soluções. “Temos um déficit de respiradores. O governo do Estado está tentando comprar, falei com duas pessoas do Ministério da Saúde que nos garantiu que deve nos dar um conjunto de respiradores, já que aqui se concentra o centro da pandemia. Há uma corrida desenfreada, ilógica, irracional nos preços desses equipamentos. Não há a menor dúvida, é um grande gargalo que teremos logo mais nos [casos] agravados de pessoas com COVID-19”.
     

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