Enfermeiro abraça paciente com síndrome de down para ajudá-lo com oxigênio
Para acalmar o paciente, o enfermeiro Raimundo Nogueira Matos decidiu acalmá-lo com um abraço, o que foi fundamental para salvar a vida
Numa época que o isolamento social é uma determinação sanitária, foi um abraço salvou a vida de Émerson Júnior, de 30 anos, no hospital de campanha de Caapiranga, interior do Amazonas. Para acalmar o paciente, que é portador de síndrome de down, o enfermeiro Raimundo Nogueira Matos, de 38 anos, abraçou o homem durante o uso da máscara com oxigênio.
A operadora de máquina Mirene Borges da Silva, 38 anos, também estava internada com a Covid-19 e fotografou os dois. “Achei muito lindo. Senti que Deus estava ali e usou o enfermeiro para acalmá-lo. Ele se sentiu calmo e graças ao Ray conseguiu voltar a respiração normal”, contou Mirene que teve alta ontem domingo (24).
O episódio ocorreu na madrugada de sexta-feira (22) para sábado (23), após o falecimento de um senhor que também estava no local. “A nossa cidade é bem pequena e todo mundo se conhece. O Júnior ficou muito agoniado e não conseguiam colocar a sonda nele. A saturação chegou a uns 30%, estava muito baixa.”
Mirene postou a imagem em seu status do WhatsApp como uma homenagem ao enfermeiro Raimundo.
“Todos se comoveram com a atitude do nosso enfermeiro Ray. Ele está cansado por causa dos plantões, está direto sem poder ir pra casa. Mas ele é um ser humano iluminado e muito atencioso. Mesmo muito cansado ele foi e ficou do lado dele segurando a manhã todinha a máscara no rosto do Júnior”, relembra.
O estado do Amazonas vive um dos seus piores momentos de toda a pandemia. Júnior está em estado grave e precisa ser transferido para a UTI do município vizinho, Manacapuru. A família disse que não há lanchas disponíveis para fazer o transporte.
“Ele é o xodó da cidade e estamos muito triste com isso. Estamos pedindo a Deus que ele possa se recuperar logo.”
O estado do Amazonas vive um dos seus piores momentos de toda a pandemia. Em Manaus, por exemplo, não há mais vagas para internação nem para sepultamentos.
O número de enterros de vítimas da Covid-19 na cidade, em janeiro deste ano, ultrapassou a quantidade registrada em todo o ano de 2020. No ano passado, 1.285 sepultamentos pela doença foram contabilizados, contra 1.333 apenas nos primeiros 21 dias de 2021.