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    1º tratamento desenvolvido sem testes em animais vai para aprovação nos EUA

    Chip imita tecidos humanos e dispensa o uso de animais em testes. Tecnologia pode reduzir de anos para meses o processo de criação de novas drogas

    Pesquisadores realizaram testes usando chip para simular efeitos em tecidos humanos
    Pesquisadores realizaram testes usando chip para simular efeitos em tecidos humanos Foto: Universidade Hebraica de Jerusalem/Divulgação

    Raphael Coraccini, colaboração para a CNN

    Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, desenvolveram uma terapia promissora contra o câncer sem realizar nenhum teste em animais. Um chip que reproduz tecidos humanos ajudou o grupo de cientistas a testar novos medicamentos para combater efeitos colaterais do tratamento da doença. 

    O estudo usou o chip para combater lesões no fígado e no rim de pacientes com câncer que tomam certos medicamentos, como cisplatina ou ciclosporina. Com o equipamento, os cientistas adicionaram empagliflozina – substância que melhora os níveis de glicose no sangue e é usada no tratamento de diabetes tipo 2 -, simulando os efeitos combinados dessas drogas em tecidos humanos para evitar a destruição de parte dos órgãos. 

    O que os especialistas descobriram ao usar o chip como base para os testes é que a empagliflozina pode ser usada junto com esses medicamentos fundamentais no tratamento do câncer para limitar os danos que eles costumam causar aos seres humanos. 

    Aprovação do FDA

    Os pesquisadores submeteram a terapia testada com o chip à aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência americana que regula o uso de medicamentos. Os resultados do estudo foram publicados na revista “Science Translational Medicine”.

    “Até onde sabemos, essa é a primeira vez que uma droga está dando esse passo sem testes em animais, e a razão é que eliminamos essa necessidade usando nossa tecnologia do ‘humano em um chip’”, disse o professor Yaakov Nahmias, pesquisador responsável pelos estudos.

    Nahmias espera que esse primeiro teste bem-sucedido com o chip contribua não só para excluir animais do ciclo de testes de medicamentos, mas também agilize e barateie o desenvolvimento de remédios.  

    “Levar um medicamento ao ponto de testes clínicos normalmente leva de quatro a seis anos, centenas de animais e custa milhões de dólares”, disse.  

    Agilidade nos testes

    O tempo necessário para testes caiu com o uso da tecnologia. A redução na pesquisa feita em Israel sobre o impacto de medicamentos contra o câncer no rim e em outros órgãos com o uso do chip foi de oito meses. 

    Esse “chip” biológico possui esferóides renais humanos – uma cultura de células esféricas – e incorpora sensores para analisar o metabolismo do tecido. Com isso, é possível imitar o efeito das drogas e sua interação em órgãos humanos sem incluir nenhum ser vivo no processo de testagem.