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    Correspondente Médico: Qual o impacto do pensamento intrusivo no cérebro?

    Fernando Gomes explica as consequências dos pensamentos indesejáveis

    Um grave acidente deixou ao menos oito mortos na altura do quilômetro 77 da BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na noite de domingo (2). Segundo a PRF, há ainda 27 pessoas feridas, sendo 2 com risco de morte, 5 em estado grave (mas sem risco de morte) e 20 com ferimentos leves. Todas foram hospitalizadas.

    Na edição desta segunda-feira (3) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes analisou os impactos à saúde mental das pessoas envolvidas no acidente. De acordo com ele, certos episódios que levam ao trauma tendem a intensificar os chamados pensamentos intrusivos ou indesejáveis.

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    “Quando um episódio deste tipo acontece, ficamos emocionados em diferentes níveis. Ao entrar em nosso cérebro, esta informação indesejada acaba gerando preocupação, que se não for modulada de uma forma adequada pode causar problemas graves à saúde mental”, disse.

    E acrescentou: “Se a informação negativa ficar entrando de forma contínua em nosso cérebro e a vida dela acaba ficando ‘bloqueada’, podemos estar diante de um problema, de uma síndrome de estresse pós-traumático. O que, de fato, a gente não quer”.

    De acordo com o médico, pensamentos recorrentes podem desencadear danos à saúde mental do indivíduo. Em sua visão, quando informações indesejáveis se tornam frequentes, é necessário estar atento aos impactos.

    “São pensamentos que entram e nem sempre são agradáveis e eles acabam poluindo a nossa ‘tela mental’. Temos, por exemplo, as questões da pandemia, dinheiro, contas para pagar e as metas. Tudo isso acaba configurando o que chamamos de pensamentos intrusivos. O cérebro tem uma constituição binária, sempre que aparece algo novo, ele sempre vai julgar de forma simples, como por exemplo, bonito ou feio. Quando algo se torna recorrente na sua cabeça e não é agradável, devemos ter bastante atenção”, finalizou o neurocirurgião.

    (Edição: André Rigue)

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