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    Cloroquina: entenda por que você não deve usar o remédio contra coronavírus

    Para especialista, o ideal, neste momento, é que sejam feitos mais testes laboratoriais e ensaios clínicos bem preparados

    Da CNN Brasil, em São Paulo

    Com o aumento da busca cloroquina como alternativa ao coronavírus (COVID-19), o infectologista Luis Fernando Waib, especializado em controle de infecção e epidemiologia hospitalar, explicou por que o medicamento não deve ser usado por pessoas com suspeita ou diagnóstico confirmado da doença que marca a pandemia.

    “A gente não tem a comprovação é da eficácia do uso da cloroquina em pessoas. A cloroquina foi usada na China para tratar casos graves e esses relatos foram publicados, mas essas evidência não são suficientes para fazer essa recomendação porque foram grupos muito restritos”, esclareceu. “Pode ser que, no futuro, aconteça da gente descobrir que a cloroquina não ajuda e até atrapalha”.

    De acordo com o especialista, o ideal, neste momento, é que sejam feitos mais testes laboratoriais e ensaios clínicos para obter uma “resposta de modo incontroverso”. “Existe uma plausibilidade biológica, ou seja, é possível que funcione. Os resultados nos animam a fazer os testes, mas hoje a recomendação é que seja usado no contexto de pesquisa clínica, para que a gente verifique a segurança e eficácia”, diz ele.

    Waib faz ressalva para um caso que pode ter a administração do medicamento: o uso compassionado. “É quando temos uma situação crítica de um paciente na UTI, sem possibilidades outras de tratamento, e aí vamos usar como um último recurso”, afirma.

    Outro medicamento que tem sido buscado como alternativa é o lopinavir/ritonavir, que também não deve ser usado. “Ele foi utilizado por muito tempo com parte do tratamento contra o HIV, mas está praticamente desaparecido das opções terapêuticas e foi resgatado nessa epidemia como uma possível alternativa porque trabalhos anteriores mostrando que ele tem atividade contra o coronavírus. Só que o fato de ele ter atividade contra o coronavírus no laboratório, não significa que ele vai funcionar em pessoas”, alerta.