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    Visão Responde: Infectologista analisa vacina russa contra a Covid-19

    Rosana Richtmann explica imunização

    Nesta terça-feira (11), o presidente Vladimir Putin anunciou que o Ministério da Saúde da Rússia concedeu a aprovação regulatória para a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou. Dessa forma, essa se torna a primeira vacina registrada contra a doença no mundo.

    O anúncio de que o país conseguiu aprovação regulatória para a primeira vacina contra o novo coronavírus – após menos de dois meses de testes em humanos – desperta preocupação.

    Para Rosana Richtmann, infectologista do instituto de Infectologia Emilio Ribas e do Grupo Santa Joana, ter uma vacina sem o o real conhecimento de todas as suas etapas faz com que toda comunidade científica veja o medicamento com um certo receio.

    “A gente ainda não tem dados concretos sobre a vacina. Até onde se sabia sobre a sua produção, ela estava na fase 1 dos testes e, de repente, ela ‘atropelou’ as outras vacinas. Foi um anúncio de uma autoridade política e não da comunidade científica. O que sabemos, mesmo com todas limitações, é que ela possui a mesma tecnologia de Oxford”, explicou em entrevista à CNN nesta terça-feira (11).

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    A infectologista Rosana Richtmann (13.jun.2020)
     
    Foto: Reprodução/CNN

    Na avaliação da infectologista, ter acesso às informações sobre o processo de produção é fundamental devido ao respeito às fases.

    “Todas estas etapas que estamos realizando aqui no Brasil são fundamentais para termos segurança sobre o estudo. Ter esta vacina desta maneira faz com que toda a comunidade científica veja com um certo receio”, disse. 

    Questionada sobre o que a Rússia pode fazer, caso seja comprovada a não realização das etapas de produção, Richtmann afirma que o país deve realizartodo o processo de uma maneira condensada e já com a vacina aprovada.

    “A Rússia provavelmente vai querer fazer as fases condensadas e já com a vacina aprovada. Isso significa que, a partir do momento em que a vacina chegar para um número maior de pessoas, eles vão começar a observar os eventos adversos causados pela vacina, resposta imunológica e a eficácia”, afirma.

    “Eu não sou a favor desta medida, pois isso nunca foi visto na história de uma vacina. Eu torço muito para que funcione, mas não é assim que se passa segurança para a população.”, conclui a médica.