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    Fiocruz: Falta de leitos para Covid é a ponta do iceberg do colapso da saúde

    Professor Carlos Machado defendeu restrições em São Paulo: ‘São necessárias pelo menos duas semanas para que vejamos um mínimo resultado’

    Leandro Resendeda CNN

     O excesso de pacientes a procura de um leito de UTI para tratamento de coronavírus é apenas a “ponta do iceberg” do colapso dos sistemas de saúde do país. O alerta foi dado pela última edição do boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta terça (2) e reforçado pelo coordenador do grupo, professor Carlos Machado, em entrevista à CNN. “Vamos observar durante um bom tempo o aumento de mortalidade de outras doenças evitáveis. Porque as pessoas estão deixando de fazer exames, cirurgias, temos observado uma redução generalizada dos atendimentos hospitalares por outras demandas”, afirmou.

    Ele estima que teremos, nos próximos anos, 20% a 40% a mais de pessoas que não terão atendimento adequado nos hospitais – 16 estados e o Distrito Federal estão em situação crítica no que diz respeito à internação hospitalar por coronavírus. Ele faz um alerta para os estados da região Sul. “Ao contrário do Amazonas, em que mais da metade da população se concentra em Manaus e lá está a maioria da rede hospitalar, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são estados ricos e que tem espalhadas as unidades, não são concentradas só na capital. É bem grave”, afirmou.

    Atendimento médico em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de Covid
    Atendimento médico em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de Covid-19
    Foto: Mister Shadow/Estadão Conteúdo

    São Paulo na fase vermelha

    Para Machado, a ida de todo o estado de São Paulo para a fase vermelha, a mais restrita de combate ao coronavírus, é uma boa medida para evitar que a situação se agrave. “É preciso que haja coordenação entre governos estaduais e cidades. São necessárias pelo menos duas semanas para que vejamos um mínimo resultado”, afirmou o professor.

    Como bom exemplo de gestão das medidas restritivas na pandemia, o coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz citou Florianópolis, que adotou amplo programa de testagem. Mas, segundo ele, agora, isso já não é mais suficiente para o Brasil.

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