Marcos Rogério diz que CPI trata Copa América como ‘Cloroquina 2’; Otto discorda
Senadores falaram à CNN sobre a realização do torneio de futebol no país a partir do próximo domingo (13)
Em entrevista à analista de política da CNN Basília Rodrigues, os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Otto Alencar (PSD-BA), membros da CPI da Pandemia, debateram sobre a realização da Copa América no Brasil a partir deste domingo, 13 de junho. Segundo o senador do DEM, houve uma ‘politização’ do tema por parte da Comissão Parlamentar de Inquérito.
“Copa América é a ‘Cloroquina 2”, afirmou o senador. Marcos Rogério diz que bastou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se envolver na adesão ao torneio para os senadores absorverem o assunto. “A CPI se transformou em ‘CPI da Cloroquina’ porque o Bolsonaro, em dado momento, tirou do bolso [o medicamento], como a Copa América, agora, que passou por uma negociação com o presidente e também virou objeto de debate no âmbito da comissão.”
Já Otto Alencar negou que o motivo da reconvocação e antecipação do depoimento de Marcelo Queiroga [ministro da Saúde] aponte para a politização da disputa da Copa América. Ele explicou que o objetivo é apurar se o governo está implementando medidas para se evitar a propagação de novas variantes ao longo da realização do evento.
“Eu quero perguntar se o ministro [Queiroga], que é autoridade sanitária do país, vai ter condições de estabelecer com o pessoal da Anvisa e do próprio ministério, as barreiras sanitárias para não entrar uma nova cepa vinda da Argentina ou do Equador, Colômbia ou de qualquer país que esteja vindo para cá.”
Otto acrescentou que, embora os estádios fiquem sem público, o torneio vai provocar um deslocamento de pessoas de fora para o Brasil em um momento de alta no número de novos casos da doença.
“Quero saber se ele [Queiroga] tem as condições de garantir segurança e barreiras sanitárias no acesso aos portos aeroportos e por vias terrestres, já que temos um país com fronteiras terrestres com sete países da América do Sul que estão na Copa América — Uruguai, Argentina, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela –, os estádios não terão público, mas os hotéis vão ficar superlotados ou lotados”, disse.
Marcos Rogério, no entanto, apontou que a CPI não deve ter como finalidade fiscalizar um evento que ainda vai ocorrer. “Não cabe à CPI tornar a comissão um lugar para investigar caso indeterminado. Ao trazer um tema que ainda vai acontecer, você vicia a CPI ao passar a investigar situações que são consideradas fatos indeterminados.”