Fiocruz prevê começar produção local de matéria-prima para vacinas em abril
Infectologista e pesquisador da fundação, Julio Croda falou à CNN sobre os próximos passos da imunização no país
Como parte do acordo de transferência de tecnologia com o laboratório AstraZeneca – que desenvolve o imunizante contra a Covid-19 em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Brasil -, a fabricação de matéria-prima para a produção integral da vacina no país é prevista para acontecer a partir de abril, afirmou o infectologista e pesquisador Julio Croda em entrevista à CNN nesta segunda-feira (18).
O médico afirmou que esse será um importante passo para a vacinação contra a doença no Brasil. “O planejamento da Fiocruz é que se inicie a produção local da matéria-prima [das vacinas] a partir de abril. Será um momento bastante importante, porque a maioria das doses que foram contratadas pelo Ministério da Saúde são da Fiocruz”, explicou Croda ao destacar que não depender de outros países ou laboratórios para a fabricação da vacina agilizará a imunização no Brasil.
O especialista citou “alívio” com o início da vacinação contra a Covid-19 no país. No domingo (17), a Anvisa autorizou o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca e, em São Paulo, uma enfermeira do Hospital Emílio Ribas se tornou a primeira brasileira vacinada.
“A gente sente um alívio, na verdade, de estar iniciando essa vacinação. Mas já com uma preocupação importante: existe muita informação de que a China está com dificuldade na produção da matéria-prima”, disse Croda.
À CNN, a pesquisadora Margareth Dalcomo garantiu que a Fiocruz tem um “plano B” caso o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para a produção da vacina da AstraZeneca no Brasil não venha da China no tempo previsto.
“A gente tem um quantitativo muito pequeno de doses nesse momento, e não dá nem para finalizar a fase 1 do nosso plano nacional de imunização”, alertou Julio Croda.
(Publicado por Daniel Fernandes)