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    Brasil deve ser 3 vezes mais rápido que EUA para cumprir 1ª meta de vacinação

    Segundo plano do Ministério da Saúde, cerca 707 mil brasileiros precisam ser vacinados diariamente para que 1º grupo prioritário seja imunizado dentro do prazo

    Lorena Lara, da CNN em São Paulo

    O Brasil precisaria vacinar 3,2 vezes mais rápido do que os EUA estão vacinando sua população para que a primeira etapa do plano desenhado pelo Ministério da Saúde seja cumprida dentro do prazo. Nos EUA, onde a campanha de vacinação começou em 14 de dezembro, 4,8 milhões de pessoas já receberam a primeira dose do imunizante, segundo o Centro para Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês). Em 22 dias de campanha, a média de americanos vacinados por dia é de 219 mil.

    Segundo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, apresentado pelo governo federal em 16 de dezembro, o objetivo da primeira fase da campanha é aplicar a primeira dose da vacina em 14,8 milhões de brasileiros ao longo de 21 dias. Para cumprir essa meta, o país precisaria aplicar o imunizante em cerca de 707 mil pessoas diariamente.

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    O documento afirma que o planejamento da Fase 1 de vacinação foi realizado a partir da previsão de recebimento de 30 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021 e aplicação dessas doses (1ª e 2ª) no primeiro grupo prioritário. O grupo é composto por trabalhadores da Saúde, pessoas de 75 anos ou mais, pessoas de 60 anos ou mais em casas de repouso, população indígena aldeada em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas. No total, segundo o ministério, são 14.846.712 pessoas.

    Para o médico sanitarista e ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, a meta é “totalmente viável”. “Em 2010, nós vacinamos 80 milhões em três meses. Não vejo nenhuma dificuldade”, afirma. Para ele, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem “todas as condições de cumprir, com brilhantismo, o papel que lhe cabe”.

    Enquanto ao menos 48 países, incluindo nações em desenvolvimento como Kuwait, Costa Rica e Omã já iniciaram a imunização de suas populações, o Brasil ainda não tem data de quando as primeiras doses serão aplicadas. Os últimos a entrar na lista da vacinação foram Holanda, República de Palau, Islândia, Singapura, Irlanda e Belarus. “O Brasil não começou. É por que nós não temos capacidade? Não, nós temos. Por que não temos experiência? Não, nós temos”, diz Temporão.

    Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 38 mil salas de vacinação. O ex-ministro explica que o país tem longa tradição de envolver o Exército, a Marinha e a Aeronáutica na logística das campanhas de vacinação e que a rede pode ser ampliada caso haja necessidade. “Nada impede a realização de parcerias com igrejas, entidades filantrópicas e instituições privadas. O objetivo é salvar vidas, proteger a população e iniciar essa campanha o mais rápido possível”, sublinha.

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