É possível que Brasil fique duas semanas sem vacinar, diz ex-coordenadora do PNI
Carla Domingues, ex-Programa Nacional de Imunizações, é contra vacinar a maioria das pessoas com uma única dose para só depois aplicar a segunda
A epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) Carla Domingues acredita que o Brasil pode ter que parar a vacinação da população contra a Covid-19 por duas semanas devido à escassez de imunizantes. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, porém, chegou a afirmar que a meta do governo federal é vacinar 100% da população brasileira até o fim deste ano.
“Pode ser que alguns municípios ainda tenham estoque, mas com certeza, na maioria das capitais, onde há uma grande concentração da população, e já houve um grande número de pessoas vacinadas, possivelmente poderemos ter uma paralisação [da vacinação] de uma e até duas semanas”, disse Domingues, em entrevista à CNN.
Enquanto o Brasil não conseguir uma garantia de fornecimento regular dos imunizantes contra a doença, a especialista afirmou ser contra vacinar a maioria das pessoas com uma única dose para só depois aplicar a segunda.
“Acho muito arriscado. Se nós esticarmos muito esse prazo, corremos o risco de deixar essa população que está sendo vacinada não protegida e com uma falsa sensação de que a vida pode voltar ao normal”, argumentou.
“E nós temos, inclusive, uma menor eficácia dessas vacinas na população em geral. Acho que não é o momento de estamos inventando processos de vacinação sem ter a garantia da segurança e eficácia das vacinas. Nesse momento, nem a Anvisa e nem a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão recomendando a aplicação de uma única dose.”
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Manaus e Rio em alerta
O estoque de vacinas contra o coronavírus está próximo do fim em algumas capitais do Brasil. Em Manaus, as doses podem acabar já nesta sexta-feira (12). No Rio, os imunizantes são suficientes até sábado (13). Caso novas doses não sejam recebidas, o calendário de vacinação pode ser alterado.
(Publicado por: André Rigue)