Sanofi e GSK iniciam teste para vacina contra Covid-19 com base em proteína
Testes das fases 1 e 2 do imunizante em 440 voluntários dos EUA avaliarão segurança, a tolerância e a resposta imune da vacina
A farmacêutica francesa Sanofi e a britânica GSK iniciaram um ensaio clínico para uma candidata à vacina para o novo coronavírus à base de proteína.
As empresas informaram em um comunicado conjunto nesta quinta-feira (3) que iniciaram o ensaio de “fases 1 e 2” para sua vacina contra Covid-19 com adjuvante, que esperam disponibilizar em todo o mundo.
Os testes têm como objetivo avaliar a segurança, a tolerância e a resposta imune da vacina, que será testada em 440 adultos saudáveis em 11 locais nos Estados Unidos.
Se os resultados forem positivos, Sanofi e GSK esperam que o imunizante seja aprovado para uso até a primeira metade de 2021.
Essa imunização usa a mesma tecnologia com base em proteína recombinante que uma das vacinas contra influenza sazonal da Sanofi. Ela atua em conjunto com a tecnologia de adjuvante desenvolvida pela GSK para aumentar o efeito da vacina.
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As duas empresas disseram também que estão ampliando sua capacidade de fabricação para estarem prontas para produzir até um bilhão de doses em 2021.
Farmacêuticas e agências governamentais em todo o mundo correm para desenvolver vacinas e tratamentos para a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, que já deixou mais de 863 mil mortos em todo o mundo.
A Sanofi e a GSK não são as primeiras na corrida pela vacina – vários imunizantes de outras empresas já alcançaram o estágio final de testes mais amplo conhecido como “Fase 3” –, mas eles acreditam que suas experiências nas áreas de vacinas são uma vantagem.
O grupo francês também trabalha em outra vacina contra a Covid-19 com a empresa norte-americana Translate Bio, que usará uma tecnologia diferente chamada mRNA.
Em uma entrevista à Reuters na semana passada, o CEO da Sanofi, Paul Hudson, disse que dados pré-clínicos aumentaram a confiança do grupo em suas duas vacinas contra o novo coronavírus.
A Sanofi e a GSK já negociaram sua vacina com adjuvante com os Estados Unidos e o Reino Unido, e estão em negociações avançadas com a União Europeia para fornecer até 300 milhões de doses.
Elas também planejam fornecer doses para o Covax, um plano de fornecimento de vacinas e tratamentos coliderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa ajudar a comprar e distribuir de forma justa as vacinas em todo o mundo.
No início deste mês, a Sanofi disse que um medicamento para artrite reumatoide, o Kevzara, falhou nos testes como tratamento para Covid-19.
(Com informações da Reuters)