Coronavírus: SP suspende aulas e recomenda cancelar eventos acima de 500 pessoas
Suspensão será gradual para que famílias possam se preparar; reitores decidem suspender aulas na USP e na Unesp
O governo de São Paulo decidiu suspender todas as aulas da rede pública a partir do próximo dia 23. Também foram vedados os eventos públicos, e foi orientado o cancelamento de eventos privados com mais de 500 pessoas.
No ensino, as atividades serão suspensas de forma gradual a partir da próxima segunda-feira, dia 16. Na semana entre os dias 16 e 20, os alunos que tenham condições de ficar em casa com responsáveis de idade inferior a 55 anos já não necessitam ir às escolas. A rede estadual de ensino reúne mais de 5 mil escolas e atende 3,5 milhões de alunos.
“As aulas não serão suspensas de forma repentina. As famílias precisam se organizar. Faremos esta comunicação durante toda a semana que vem”, afirmou o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares.
De acordo com o secretário, ainda não há data para retorno às aulas. “Será feita uma avaliação momento a momento, hora a hora, sempre com diálogo com as famílias”, disse.
Durante o período, a Secretaria da Educação afirma que buscará “opções para que todos os alunos participem de aulas ou atividades educacionais pela internet”.
A medida foi articulada com as escolas municipais, que também vão parar. O governo de São Paulo vai recomendar que as escolas particulares sigam o mesmo procedimento, mas a decisão neste caso caberá a cada instituição.
Universidades também param
Na noite desta sexta, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) divulgou nota anunciando a paralisação das aulas a partir da próxima terça-feira, dia 17. A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) já havia parado, mas agora as atividades também serão suspensas na USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista).
“A situação será avaliada continuamente, e a data de retorno das aulas presenciais será anunciada oportunamente”, afirma Marcelo Knobel, presidente do Cruesp, em nota. “Recomendações específicas para a comunidade universitária de cada universidade estão sendo amplamente divulgadas nos respectivos portais”, disse.
Mudança de posição
Por volta de meio-dia, o governador João Doria (PSDB) havia dito que, com as informações que tinha à disposição e com o que ouviu de especialistas, não havia necessidade de suspender aulas ou cancelar eventos.
As novas medidas foram decididas após reunião do governador com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM); o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann; e o médico David Uip, que coordena o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo.
Em nota à imprensa, o governador afirmou que “as decisões não são fruto de intuição ou decisões políticas”. “Desde o início desta crise do coronavírus, nós temos dito que a avaliação seria feita diariamente e, até quando necessário, a cada hora, dadas as circunstânciass”
Na tarde desta sexta-feira (13), o Ministério da Saúde afirmou que nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro já é possível afirmar que há transmissão comunitária do coronavírus. Na prática, isto significa a ocorrência de casos sem evidência de origem do vírus, como viagens ao exterior do paciente ou de outras pessoas com as quais ele tenha tido contato.
Eventos
A Prefeitura de São Paulo e o governo estadual também se manifestaram a respeito da realização de eventos no estado. Tanto o governador João Doria quanto o prefeito em exercício, Eduardo Tuma (PSDB), proibiram a realização de eventos organizados pelo poder público para um público superior a 500 pessoas.
Em relação aos eventos privados, a decisão será dos organizadores. No entanto, em linha com o que foi orientado pelo Ministério da Saúde, a recomendação oficial é de que estes sejam adiados ou cancelados.
Recomendações
Outra recomendação do governo federal é de que pessoas que tenham viajado ao exterior e retornem ao país, independentemente de onde vieram, fiquem em isolamento preventivo por um período de sete dias.
O governo estadual suspendeu por um período de 60 dias as férias dos funcionários da rede estadual de saúde.
A Prefeitura de São Paulo também determinou o fornecimento de álcool em gel em todos os terminais de ônibus da capital paulista e recomendou a todas as empresas que operam os veículos que façam a higienização dos ônibus, em especial nos pontos de contato com as mãos dos usuários.
*Com Estadão Conteúdo