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    Corticoide pode ser ‘solução’ em casos graves da Covid-19, diz imunologista

    Roberto Zeballos defende uso do medicamento na fase pulmonar da doença causada pelo novo coronavírus

    Defensor do uso de corticoide no tratamento da Covid-19, o clínico geral e imunologista Roberto Zeballos disse à CNN, nesta terça-feira (23), que o medicamento pode ser uma solução para pacientes graves da doença causada pelo novo coronavírus.

    “Eu sou obrigado a informar vocês que tem solução, sim. Essa doença tem tratamento. Estava todo mundo olhando para o vírus quando a gente percebeu que o vírus era simplesmente o estopim para algumas pessoas com predisposição genética ter uma reação agressiva para o pulmão, que colocava ela em risco”, disse ele.

    Zeballos relatou que passou a usar o medicamento após a leitura de um artigo científico e que viu resultados positivos em todos os pacientes tratados. “Meu paciente estava para ser entubado e nós demos o corticoide com a seguinte premissa: diminuir mortalidade. O fato é que em cinco dias o pulmão do meu paciente clareou e, em sete dias, ele estava de alta com a Covid-19 negativa”, contou. 

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    “Isso se repetiu com mais casos, o que motivou a gente a realizar um estudo randomizado e robusto, para o qual estamos aguardando aprovação. Já tive 25 casos e não entubei nenhum paciente em três meses”, acrescentou.

    O médico fez ressalva sobre o momento em que o medicamento deve começar a ser administrado e criticou o tratamento precoce com corticoide: “Tem que entrar na fase pulmonar, pois se fizer antes e na fase errada, piora o quadro. Tratamento precoce é motivo de críticas, porque não tem estudo robusto e randomizado como o de Oxford”, defendeu.

    Além disso, ele rejeitou o uso profilático — de modo preventivo — do corticoide para o novo coronavírus. “Isso não se faz. A primeira fase é a gripal, na qual o vírus de replica e não é interessante dar corticoide para evitar que a pessoa não desenvolva imunidade, já que o cura esse vírus é o sistema imunológico”, esclareceu. “É contraindicado nos primeiros cinco a sete dias. É melhor passar pela fase gripal. Ele tem que ser dado pelo médico”, completou.

    Por fim, Zeballos disse ver nesse tratamento uma forma de prevenir entubação e a ocupação de leitos, o que, segundo ele, diminuirá a chance de colapso do sistema de saúde. 

    (Edição: Leandro Nomura)