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    Ministros minimizam saída de Teich e defendem cloroquina como escolha pessoal

    Chefe da Casa Civil fala em "escolha de foro íntimo", enquanto Paulo Guedes avalia que discussões recentes foram em torno de "princípios"

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (15), ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizaram a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde e defenderam um protocolo que amplie a adoção da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 no país.

    Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, Bolsonaro “não ignora a ciência” e a sua diferença em relação aos ex-ministros Teich e Luiz Henrique Mandetta (DEM) é em relação a quais protocolos científicos seguir.

    Ele ainda disse que a mudança anunciada mais cedo correu amigavelmente e foi provocada por uma “decisão de foro íntimo” do agora ex-ministro, posição corroborada pelo chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. “Foi o que ele falou, ‘A vida é de escolhas’ e ele escolheu sair”, completou Ramos.

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    A produção e a distribuição da hidroxicloroquina foi listada em um vídeo produzido pela Secretaria de Comunicação Social que lista as ações do governo federal no combate à pandemia da Covid-19. Sobre a entrega aos estados e municípios, Braga Netto disse que aguarda um protocolo do Ministério da Saúde a respeito do uso do medicamento para os casos leves.

    Na noite desta sexta, o Ministério da Saúde anunciou que está “finalizando novas orientações de assistência aos pacientes com Covid-19”,  com foco em abranger “o atendimento aos casos leves, sendo descritas as propostas de disponibilidade de medicamentos, equipamentos e estruturas”, mas ainda sem mencionar diretamente a cloroquina. Após a saída de Nelson Teich, o ministro interino será o general Eduardo Pazuello, que era o secretário-executivo da gestão anterior.

    O momento de adoção do medicamento motivou o médico oncologista de deixar o comando do Ministério da Saúde. Segundo a apuraçao da CNN, o ex-ministro Nelson Teich afirmou que não ia “manchar” sua história por causa da cloroquina. Assim como o também ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, Teich considera suficiente o protocolo atual, que permite a adoção nos casos graves e nos demais casos se houver acordo entre médico e paciente.

    Princípios

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as brigas recentes dentro do governo foram por ministros que não aceitam os valores do presidente Jair Bolsonaro. “Se o presidente tem uma orientação e o ministro tem outra, é o presidente que tem voto, quem sai é o ministro”, disse Guedes.

    Sem mencionar Sergio Moro, o chefe da Economia ainda citou um sabido fator de descontentamento de Bolsonaro com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública: repressão policial a pessoas que teriam desrespeitado o distanciamento social. Guedes comparou esse tipo de cenário com a hidroxicloroquina.

    “Se você não quer esse remédio, você diz que não quer. Da mesma forma, se você é um cidadão, informado e quiser sair de casa, é um direito seu sair de casa. Você não pode ser preso, derrubado e algemado porque está saindo na rua”, disse. “Boa parte das diferenças que eu tenho visto do presidente com ministros, que eu tenho visto, é por causa de princípios”. 

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