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    Medo de ir ao hospital aumenta risco de morte por problema cardíaco, diz médico

    Demora na busca por atendimento pode diminuir as chances de sobrevivência em casos de infarto, segundo o cardiologista Leandro Echenique

    O cardiologista Leandro Echenique, do Hospital Albert Einstein, disse em à CNN, nesta quinta-feira (16), que, em meio à pandemia do novo coronavírus, tem diminuído o número de pessoas que buscam ajuda médica com sintomas relacionados a problemas cardíacos. Ele relaciona essa mudança ao medo de contágio da COVID-19 em hospitais, e avalia que isso pode levar a aumento nos casos de morte por infarto no país.

    “As pessoas estão realmente com muito receio de procurar os serviços de emergência e ir até o hospital, com medo do coronavírus, então começam a ter sintomas e ficam em casa, achando que vão se submeter a um risco desnecessário [ao sair para ir ao hospital]”, esclarece ele. 

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    Segundo ele, essa demora na busca por atendimento pode diminuir as chances de sobrevivência em casos de infarto. “Às vezes, elas começam a tomar medicamentos para passar os sintomas e isso é muito perigoso, porque, quando há um infarto agudo do miocárdio, quanto antes a pessoa chegar ao hospital, melhor é a chance de sobrevida e o tratamento é muito mais eficaz”, explica. “Então se ela fica em casa, realmente com receio, e toma algum medicamento para ver se aquele sintoma passa, ela está se colocando sob um risco muito grande.”

    O mesmo cenário foi observado em Nova York, nos Estados Unidos, desde o início do avanço dos casos do novo coronavírus. De acordo com um estudo realizado pelo site Angioplasty.Org, umas das comunidades mais antigas de cardiologistas e pacientes na internet, o número de pessoas que morreram em casa por causa de ataque cardíaco aumentou em 800% durante a pandemia.

    Segundo o médico, dados específicos desta situação em relação ao Brasil ainda estão sendo levantados, mas o trabalho diário em hospitais já mostra algo na mesma linha. “Estão em andamento, as pesquisas, porém, nós temos observado nos hospitais que trabalhamos com o mesmo fenômeno” diz. “Está tendo uma queda expressiva das pessoas que chegam no pronto-socorro com dor no peito. E por que que isso tá acontecendo? Acho que as pessoas, realmente, estão ficando em casa com sintomas”, avalia.

    Por fim, Echenique diz que, apesar da COVID-19, sinais de dor ou pressão no peito associado ou não a uma falta de ar devem servir de alerta para a busca de ajuda médica. “Não deve ficar em casa nem se automedicar, mas procurar os serviços de emergência”, orienta.

     

     

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