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    Regeneron diz que coquetel de anticorpos funciona contra novas cepas da Covid-19

    “Com dois anticorpos complementares em um medicamento, o vírus teria de fazer muitas mudanças para escapar de ambos", disse o líder da pesquisa

    Jen Christensen e Maggie Fox, , da CNN

    Logo da Regeneron na sede da empresa em Nova York
    Logo da Regeneron na sede da empresa em Nova York
    Foto: Brendan McDermid/Reuters (17.set.2020)

    Testes feitos com duas novas variantes do coronavírus mostram que um dos dois anticorpos monoclonais no coquetel da Regeneron pode neutralizar ambas, apesar das mutações registradas, de acordo com estudos publicados nesta quarta-feira (27).

    O teste também confirma o que outros times de pesquisa já haviam encontrado: as vacinas devem proteger a população contra a variante descoberta no Reino Unido (nomeada de B.1.1.7) e a primeiramente encontrada na África do Sul (chamada B.1.135). Entretanto, as mutações do B.1.135 permitem que o vírus escape um pouco mais das respostas imunes, reportou o líder da pesquisa David Ho, do Centro de Pesquisas da AIDS Aaron Diamond, dentro da Universidade de Columbia.

    O coquetel da Regeneron foi aprovado sob uso emergencial pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador responsável dos Estados Unidos, e foi usado no tratamento do então presidente Donald Trump quando contaminado pela Covid-19 no ano passado.

    “Como esperávamos, o vírus continua mudando, e esses dados mostram que o REGEN-COV é hábil neutralizando cepas emergentes, validando ainda mais nosso coquetel com múltiplos anticorpos como alternativa de tratamento para doenças infecciosas”, disse o presidente da Regeneron, George Yancopoulos, em nota.

    Enfermeira trata de paciente com Covid-19 em hospital de campanha em Santo André
    Enfermeira trata de paciente com Covid-19 em hospital de campanha em Santo André, São Paulo
    Foto: Amanda Perobelli/Reuters (1º.jan.2021)

    “Com dois anticorpos complementares em um medicamento, ainda que um tenha sua potência reduzida, o risco de o coquetel perder sua eficiência é significativamente menor, pois o vírus precisaria fazer muitas mutações para escapar dos dois anticorpos”.

    O time de Ho testou o plasma convalescente de 20 pacientes que se recuperaram da Covid-19, e também o sangue de 22 pessoas que tomaram as duas doses das vacinas da Pfizer ou da Moderna contra a Covid. Eles também testaram o tratamento de apenas um anticorpo monoclonal da Eli Lilly and Company (farmacêutica norte americana).

    As mudanças na variante B.1.1.7 afetaram pouco a imunidade, se afetaram. Mas uma mutação em específico, na B.1.135, reduziu a eficácia da resposta imune no plasma convalescente, em ambas as vacinas, em um dos anticorpos que compõe o Regeneron e no anticorpo que compõe o medicamento da Lily, afirmam.

    A mesma mutação foi encontrada em uma variante do coronavírus observada primeiramente no Brasil.

    “Em questões de mutações, esse vírus está caminhando em uma direção que poderia eventualmente levar ao escape de nossas alternativas terapêuticas e intervenções profiláticas direcionadas à proteína spike do vírus (região usada para atacar as células do organismo)”, escreveu o time de Ho.

    “Se o espalhamento do vírus continuar e mais mutações críticas se acumularem, então estaremos condenados a perseguir as evoluções do SARS-CoV-2 continuamente, como temos feito com o vírus influenza (da gripe)”.

    Isso significa que o mundo precisa vacinar as pessoas mais rapidamente, e simultaneamente, dobrar as medidas para evitar o espalhamento do vírus, como o uso de máscaras, disseram.

    (Texto traduzido, leia o original em inglês).

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