Correspondente Médico: Existe risco em medir a temperatura pela testa?
Entenda por que não há risco em medir a temperatura na testa e que o termômetro infravermelho não causa danos a glândula pineal
Na edição desta quinta-feira (3) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes afirma que não há risco em medir a temperatura na testa e que o termômetro infravermelho não causa danos à glândula pineal. Ele desfaz o que classifica como um “neuromito” que tem sido disseminado nas redes sociais em meio ao novo coronavírus.
“É um mito. A glândula pineal é uma estrutura que fica numa região profunda da cabeça, bem no meio e protegida pelo couro cabeludo, pelo crânio e muito tecido cerebral”, explica ele. “Então o termômetro não teria a capacidade de, seletivamente, ir lá e destruir a glândula pineal”, assegura.
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Para entender como essa mentira foi criada e se espalhou, Gomes aponta que, historicamente, a glândula pineal sempre esteve associada a espiritualidade e discussão sobre se a conexão entre o espírito e a mente aconteceria nessa região do cérebro.
“Você pega uma estrutura que é sedutora, do ponto de vista histórico, porque traz toda essa conversa de um mundo mais místico e junta com um aparelho novo e tecnológico. São os ingredientes típicos para conseguir criar mitos que tenham uma relevância e consigam se propagar pelas redes sociais”, esclarece o médico, que ainda destaca que medir a temperatura dessa forma é “ágil e eficaz”.
O que é a glândula pineal?
Segundo o neurocirurgião, “a glândula pineal é responsável pela liberação da melatonina durante o período da noite, quando ficamos no escuro e não entram informações luminosas pelos olhos. “Com isso, relaxamos e entramos num período de descanso reparador. E isso é um fato”, frisa.
Um problema nesse processo e, consequentemente, na produção de melatonina pode causar insônia. O tratamento é suplementação da melatonina.
“Agora, dentro da neurocirurgia, o maior problema que encontramos dentro dessa discussão sobre glândula pineal são tumores específicos da região, principalmente dentro da faixa pediátrica”, afirma, e acrescenta que tratam-se de casos raros e com tratamento.
(Edição: André Rigue)