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    Médico de teste suspenso defende que cloroquina não seja usada fora de estudos

    Pesquisa sobre eficácia do medicamento em pacientes com COVID-19 suspendeu aplicação de doses mais altas após morte de pacientes

    Um dos envolvidos em um teste clínico sobre a eficácia da cloroquina em pacientes com COVID-19, o médico infectologista Marcus Lacerda defendeu nesta terça-feira (14), em entrevista à CNN, que o medicamento não seja utilizado fora de ensaios laboratoriais.

    “Como médico, a primeira coisa que qualquer um de nós aprende é não causar mais mal ao paciente. Então, de fato, quando não queremos usar medicação sem evidência, não queremos matar mais que a própria doença”, afirmou.

    O estudo do qual Lacerda participa acontece em Manaus (AM) foi em parte suspenso nesta semana, depois que uma análise verificou que pacientes submetidos a doses altas do medicamento morreram mais do que um outro grupo, tratado com uma dose menor do composto.

    Todos os participantes passaram ao tratamento com a dose mais moderada. Todos os pacientes também receberam ceftriaxona e azitromicina como parte do tratamento. Uma limitação da pesquisa é que nenhum dos envolvidos recebeu placebo (substância inerte).

    De um grupo de 81 pacientes que participam, 11 morreram. Os resultados preliminares acenderam o alerta a respeito de possíveis efeitos colaterais da substância, principalmente os relacionados a fatores cardíacos.

    Marcus Lacerda afirma que não é possível saber em que grau as complicações estão relacionadas à cloroquina, mas que a análise dos dados foi suficiente para que eles considerassem que o estudo com a dose mais alta não devesse continuar.

    Entre as integrantes da equipe responsável pelo estudo está a cardiologista Ludhmilla Hajjar, um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Saúde caso o atual ministro, Luiz Henrique Mandetta, deixe o cargo.

    Dose

    De acordo com o infectologista, a dose mais alta que foi adotada em parte dos pacientes seguiu a orientação do sistema de saúde da China, que reportou resultados positivos com a medicação de 12 g da medicação, divididas em 24 doses de 600 mg durante dez dias.

    Segundo Lacerda, testes laboratoriais chineses mostraram que, com a dose alta, a reprodução do novo coronavírus era reduzida.

    A dose mais baixa, que é a recomendada neste momento pelo Ministério da Saúde para os casos graves, é de apenas 2,7 g. Neste caso, o paciente recebe a medicação por cinco dias, sendo duas doses de 450 mg no primeiro dia e uma dose da mesma proporção entre o segundo e o quinto dia.

    O médico explica que todos os que participaram do estudo são pacientes que chegaram ao Hospital Delphina Aziz, referência para o combate ao coronavírus em Manaus, com quadros graves da COVID-19 e, após questionados, aceitaram se submeter ao estudo.

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