País tem 8,8 milhões de comprimidos de cloroquina, diz Anvisa
Remédio vem sendo administrado em pacientes graves de COVID-19
Laboratórios brasileiros que produzem medicamentos à base de cloroquina informaram ter 8,89 milhões de comprimidos do remédio, que vem sendo administrado em pacientes graves de COVID-19. O dado consta em relatório da Anvisa, enviado na última segunda-feira (6) ao Ministério da Economia.
Indústrias farmacêuticas disseram à autoridade sanitária que têm condições de produzir 7,2 milhões de doses já no mês de Abril. Já a Fundação Oswaldo Cruz informou que possui insumo para a produção de quatro milhões de comprimidos, com entrega estimada em 30 dias a partir do pedido.
No documento, ao qual a CNN teve acesso, a Anvisa afirma que o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEX) informou que poderia fabricar um lote com 250 mil comprimidos, mas “não possui material de embalagem disponível no momento”. No mês passado, o laboratório da corporação foi instruído pelo presidente Jair Bolsonaro a aumentar a sua produção da cloroquina.
O laboratório do Exército é detentor do registro desse medicamento e iniciou a produção no último dia 23. De acordo com o Ministério da Defesa, assim que a produção for concluída, cabe aos laboratórios da Força Aérea e da Marinha a etapa de embalagem e rotulagem dos comprimidos.
A CNN procurou o Ministério da Defesa sobre a falta de embalagens no laboratório do Exército, mas ainda não recebeu resposta.
Em ofício ao Ministério da Economia, o gabinete do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, informa que a agência está “em constante diálogo com os laboratórios fabricantes de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina, e está monitorando qualquer ação sanitária que possa ser tomada rapidamente para que as empresas mantenham a fabricação de seus medicamentos”.
A Anvisa também pediu às empresas importadoras e distribuidoras de insumos que possuem os princípios ativos Cloroquina e Hidroxicloroquina que informassem o estoque disponível para venda no Brasil. Ao todo, as companhias informaram que há 3,9 toneladas no país de insumos para produção de medicamentos a base de cloroquina.
O documento foi produzido a pedido do secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, Gustavo Leipnitz. As informações serão usadas pela pasta para tomar medidas de mitigação dos impactos da crise do novo coronavírus.