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    Pfizer diz que países mais pobres vão pagar preços menores por dose de vacina

    Empresa vai usar gelo seco na logística de transporte das vacinas

    Sinara Peixoto, da CNN, em São Paulo

    Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (12), a farmacêutica Pfizer afirmou que países mais pobres vão pagar um preço mais baixo por dose da potencial vacina anti-Covid, que desenvolve em parceria com a BioNTech.

    “Trabalhamos com uma abordagem de preços diferenciados, o que ajuda a garantir a equidade de modo que todos os países possam ter acesso à nossa vacina contra a COVID-19. Os países com a menor capacidade de pagar pela vacina pagarão um preço mais baixo, de acordo com os recursos de seu governo, enquanto os países que podem pagar mais deverão fazê-lo”, diz a empresa por meio de nota.

    A farmacêutica prevê que, para uso emergencial nos Estados Unidos, vai submeter os dados sobre os testes à FDA (autoridade sanitária dos EUA), ainda no final deste mês, quando os resultados de segurança exigidos forem alcançados.

    E disse que está em contato com o governo brasileiro para discutir o fornecimento do imunizante do país.

    “No caso do Brasil, a Pfizer trabalhará em parceria com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para fornecer todos os dados necessários para avaliação”.

    Sobre a logística de transporte das vacinas, a companhia aposta no uso de gelo seco como alternativa para a conservação do material.

    “Foi desenvolvida uma espécie de container (embalagem em formato de caixa) com temperatura controlada, que utiliza gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada, de – 75 ° C
    (± 15 ° C) por até 15 dias”.

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    90% de eficácia

    A Pfizer disse na última segunda-feira (9) que a vacina experimental contra a Covid-19 mostrou ter 90% de eficácia na prevenção da doença, com base em dados iniciais de um estudo amplo.

    O estudo preliminar analisou os primeiros 94 casos confirmados de Covid-19 entre os mais de 43 mil voluntários que receberam duas doses da vacina ou um placebo.

    Segundo a farmacêutica, menos de 10% das infecções ocorreram em participantes que receberam a vacina. Mais de 90% dos casos ocorreram com pessoas que receberam placebo.

    A Pfizer e a parceira no desenvolvimento do imunizante, a alemã BioNTech, são as primeiras farmacêuticas a anunciarem dados bem-sucedidos de um ensaio clínico em larga escala com uma potencial vacina contra o coronavírus.

    As empresas disseram que, até o momento, não encontraram nenhuma preocupação de segurança com a candidata a imunizante e que esperam pedir autorização para uso emergencial da vacina nos Estados Unidos neste mês.

    Se obtiver a autorização, o número de doses da vacina será limitado inicialmente. Uma das questões pendentes é por quanto tempo a vacina fornecerá proteção.

    No entanto, a notícia divulgada dá esperanças de que outras vacinas em desenvolvimento contra o novo coronavírus também possam se mostrar eficazes.

    A Pfizer disse que a vacina proporcionou proteção sete dias após a segunda dose e 28 dias após a dose inicial da vacina. O ensaio de Fase 3 envolveu 43.538 participantes desde 27 de julho.

    Até domingo (9), 38.955 dos voluntários receberam a segunda dose da vacina. A empresa diz que 42% dos locais de teste internacionais e 30% dos locais de teste nos EUA envolvem voluntários de origens racial e étnica diversas.

    “Hoje é um grande dia para a ciência e para a humanidade”, disse Albert Bourla, presidente-executivo e chairman da Pfizer, em comunicado.

    “Estamos atingindo este marco crucial em nosso programa de desenvolvimento de vacina em um momento em que o mundo mais precisa, com as taxas de infecção atingindo novos recordes, hospitais ficando superlotados e economias sofrendo para reabrir.”

    Nota da Pfizer

    Em relação à disponibilidade no Brasil da potencial vacina BNT162, desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech, esclarecemos:

    – A Pfizer está em contato com o governo brasileiro para discutir um possível fornecimento de nossa potencial vacina, sujeita à aprovação regulatória, que permitiria vacinar milhões de brasileiros

    – A submissão dos dados do estudo à FDA (autoridade sanitária dos EUA) para autorização de uso de emergencial nos Estados Unidos ocorrerá logo após os resultados de segurança exigidos serem alcançados, o que está previsto para ocorrer no final deste mês.

    – No caso do Brasil, a Pfizer trabalhará em parceria com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para fornecer todos os dados necessários para avaliação. O pedido de aprovação do registro no país dependerá da submissão de dados de eficácia de segurança, que deverão ser considerados aceitáveis pela Anvisa.

    – A companhia elaborou um plano logístico detalhado com ferramentas para apoiar o transporte eficaz, armazenamento e monitoramento contínuo da temperatura da potencial vacina contra a covid-19.

    – Para isso, foi desenvolvida uma espécie de container (embalagem em formato de caixa) com temperatura controlada, que utiliza gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada, de – 75 ° C (± 15 ° C) por até 15 dias.

    – Com relação ao preço da potencial vacina, trabalhamos com uma abordagem de preços diferenciados o que ajuda a garantir a equidade de modo que todos os países possam ter acesso à nossa vacina contra a
    COVID-19. Os países com a menor capacidade de pagar pela vacina pagarão um preço mais baixo de acordo com os recursos de seu governo, enquanto os países que podem pagar mais deverão fazê-lo.

    (Com Reuters)

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