CGU envia ao TSE auditoria que apontou irregularidades em pagamento de auxílios por Bolsonaro
Controladoria-geral da União indicou que o governo Bolsonaro pagou R$ 1,97 bilhão indevidamente
O ministro da Controladoria-geral da União, Vinicius Carvalho, notificou o Tribunal Superior Eleitoral sobre os indícios de irregularidades encontrados no pagamento de benefícios concedidos pelo governo Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições do ano passado.
O ofício com cópia das auditorias conduzidas pelo órgão foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, presidente da corte, na noite de sexta-feira, 22. No documento, ao qual a CNN teve acesso, Carvalho remete ao magistrado os trabalhos da CGU para “conhecimento e adoção das providências” que a corte “julgar cabíveis”.
A CGU apontou que o governo Bolsonaro pagou R$ 1,97 bilhão indevidamente para beneficiários de auxílios criados durante o período eleitoral. De acordo com a pasta, os benefícios foram pagos no âmbito dos auxílios caminhoneiro e taxista.
Segundo a CGU, 246 mil pessoas que receberam o auxílio para taxistas estão fora do perfil. Isso significa que 78% não tinham direito a receber o benefício, o que gerou um prejuízo de R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos.
Carvalho destacou que a maior parte “sequer tinham carteira de habilitação”.
O levantamento ainda apontou irregularidades na concessão de crédito consignado do Auxílio Brasil.
A CGU identificou que de agosto até o fim de outubro, portanto durante o período eleitoral, foram distribuídos à população 84% dos auxílios criados em 2022.
Procurado, o ex-presidente não se manifestou até a publicação desta reportagem.