Correspondente Médico: Como lidar com o medo do desemprego em meio à pandemia?
O médico Fernando Gomes fala sobre prevenção e saúde mental
Durante o quadro Correspondente Médico, no Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre a importância da saúde mental e da construção de uma rotina mental saúdável para afastar um medo recorrente: o desemprego durante a pandemia. Uma pesquisa encomendada pela CNN à RH ManpowerGroup mostrou que 21% dos empresários pretendem demitir nos próximos três meses.
“A única forma que a gente tem de manifestar a inteligência, a capacidade de resolver o problema, nós temos que fugir do ócio. Ou seja, não alimentar o ‘baixo astral’, mas sim, elaborar pensamentos criativos e estratégias positivas para que isso não venha acontecer individualmente.”
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“Devemos estabelecer uma rotina e entender que o desafio existe. Porque se você deixar toda essa situação de pano de fundo durante o dia, algo que nem ia acontecer com você, pode vir a acontecer”, explicou ele.
O médico avaliou ainda que o Brasil é considerado um dos países mais ansiosos do mundo, por isso a necessidade de se ter um controle da situação e entender que há um limite para a preocupação.
“É não viver ‘pré-ocupado’, pois a preocupação é isso: me ocupar com algo que venha a acontecer lá na frente. Precisamos gerenciar isso, pois pode acometer até o sistema imunológico, o que a gente não quer em um momento de pandemia”, analisou.
Gomes alertou ainda para os perigos da síndrome de Burnout ou síndrome do Esgotamento Profissional. Um disturbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
“Muitas vezes pensamos que o Burnout só acontece com pessoas que estão empregadas, muito pelo contrário. Até mesmo a pessoa que está desempregada, se ela ficar muito preocupada com algo visando o futuro, ela pode entrar neste processo de estafa mental. O que reduz a memória e impacta a critiavidade, além de causar danos físicos para a pessoa”, completou.
Impacto na imunidade
Respondendo a telespectadores sobre os impactos do isolamento na saúde física das pessoas, o médico afirmou que é fundamental, para o bom funcionamento do corpo, a existência da vitamina D.
“Ela pode ser adquirida pela alimentação, mas boa parte vem pela exposição da pele ao sol. É essencial abrir a janela de casa, encontrar um ponto onde seja possível o contato da pele com a luz solar. Ela tem um papel importante para o sistema imunológico”, explicou.
Questinado sobre a possibilidade de pessoas com Covid-19 terem baixa de vitamina D no organismo, o médico ponderou. “A população, de forma geral, principalmente quem vive em grandes cidades, não se expõe como deveria ao sol. Então existe uma tendência natural a termos menos vitamina D, além da coexistência de fatores”.
Comportamento
Fernando Gomes também avaliou o cenário de pessoas que dizem não estar tão preocupadas com o cenário da doença quanto outras. Para ele, esse comportamento é um ponto positivo, mas com ressalvas.
“Minha opinião pessoal é que, se a pessoa não está preocupada com a situação de pandemia, ela está de parabéns. Mas isso não pode refletir em um comportamento leviano. Sabemos que existem regras de conduta, orientações de identificação da doença, que precisam ser levadas em consideração. Essa situação pode atingir todo mundo”, alertou.
(Edição: Sinara Peixoto)