Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Diretor da UTI do Incor explica os tratamentos respiratórios para a Covid-19

    Carlos Carvalho afirma que o ECMO é usado quando nem a taxa de 100% da ventilação mecânica é capaz de manter a oxigenação do indivíduo

    Produzido por Layane Serrano, da CNN em São Paulo

     

    Nesta semana, o Brasil perdeu o ator, diretor, roteirista e humorista Paulo Gustavo, 42 anos, pela Covid-19. Internado desde 13 de março, o artista fazia uso do ECMO, uma técnica de oxigenação por membrana extracorporal.

    O médico intensivista e diretor da UTI respiratória do Incor, Dr. Carlos Carvalho, que tratou Paulo Gustavo nos últimos 10 dias de internação, explica, em entrevista à CNN, quais são os procedimentos adotados nos hospitais para recuperar a baixa oxigenação dos pacientes.

    Carvalho diz que os protocolos começam com a medição da taxa de oxigenação, que é feita por um oxímetro. Quando a taxa fica abaixo do nível normal, é necessário que o paciente receba a suplementação do oxigênio via um cateter nasal que leva o oxigênio adicional aos alvéolos dos pulmões. Se isso não for suficiente para se adequar, o paciente é colocado em uma máscara que, segundo Carvalho, oferece uma quantidade maior de oxigênio ao indivíduo.

    “Ou seja, eu aumento a concentração de oxigênio no ar que estou liberando para o paciente respirar. Se ainda não for o suficiente, usamos um tipo de máscara oficial que tem uma bolsinha que se enche de oxigênio e, com isso, fica oferecendo ainda mais [oxigênio]”, afirma.

    Depois da adoção da máscara, há ainda protocolos de ventilação não invasiva, ou seja, que não requer intubação, uma vez que o respirador artifical é conectado com o pulmão do paciente através de uma máscara. 

    “Se isso não for suficiente, o paciente precisa de intubação. Para fazer a intubação, ele tem que estar dormindo e analgesiado para não sentir o desconforto que esta técnica traz. Mas esta técnica é salvadora. Coloca-se um tubo de um plástico especial que conecta a via externa com a traquéia, que levará o ar para os pulmões.”

    Carlos Carvalho, pneumologista e diretor da UTI do Incor (8 de maio de 2021)
    Carlos Carvalho, pneumologista e diretor da UTI do Incor (8 de maio de 2021)
    Foto: Reprodução / CNN

    O médico explica que em nosso dia a dia nós respiramos uma atmosfera com 20% de oxigênio, mas quando o indivíduo é intubado significa que esta porcentagem já não é suficiente e se faz necessário trabalhar com concentrações mais altas de oxigênio no ar. “Com a ventilação mecânica, eu consigo controlar de 21% a 100% e, quando eu tenho que intubar, o paciente está tão grave que eu preciso de 100%. À medida que eu vou tratando e ele vai melhorando, eu posso ir diminuindo.”

    Quadro com linha do tempo de tratamentos feitos com Paulo Gustavo
    Quadro com linha do tempo de tratamentos feitos em Paulo Gustavo
    Foto: Reprodução / CNN

    Já o ECMO, segundo o médico, é usado quando nem a taxa de 100% da ventilação mecânica é capaz de manter a oxigenação do indivíduo. “Quando nem essas ações funcionam, a ECMO é uma opção. Ela é um sistema que imita pulmão e estas membranas fininhas chamadas de alvéolos, onde o ar chega pela respiração, o sangue passa pelo batimento cardíaco e esse contato entre o ar e o sangue promove a troca do oxigênio e a saída do gás carbônico”, explica.

    Tópicos