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    Anvisa manterá suspensão de testes da Coronavac enquanto aguarda comitê

    Diretores da agência disseram que ainda não têm dados que garantam segurança do processo

    Profissional de saúde segura caixa da Coronavac, vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac, durante testes em Porto Alegre
    Profissional de saúde segura caixa da Coronavac, vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac, durante testes em Porto Alegre Foto: Diego Vara - 8.ago.2020/ Reuters

    Anna Satie, da CNN em São Paulo

    Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Santiária informaram nesta terça (10) que manterão a suspensão dos testes da Coronavac após uma reunião nesta manhã com o Instituto Butantan, que desenvolve o imunizante em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Em entrevista coletiva, o gerente-geral de medicamentos da agência, Gustavo Mendes, disse que eles aguardam um documento do comitê independente de pesquisadores que supervisiona os estudos. 

    A CNN apurou que o evento adverso grave que interrompeu os testes foi o suicídio de um voluntário. O Instituto Butantan disse ter recebido a notícia da interrupção dos testes com surpresa. A agência disse que essa informação não constava no ofício que receberam nesta segunda (9). 

    “Somos reguladores e cientistas, nos pautamos pelos dados. A mídia dizer algo não é suficiente para a gente. A decisão é baseada nas informações que a gente tem”, disse. “O comitê independente de segurança que tem a responsabilidade de investigar e emitir manifestação sobre a continuidade ou não dos estudos”. 

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    Ele explicou que esse grupo é composto por pesquisadores que não estão envolvidos no processo. “A Anvisa, só com essas informações e sem um documento do comitê, dizendo o que realmente aconeceu, fazendo investigação para dar confiabilidade a essas informações, decidimos suspender. E mantemos até o momento”. 

    Comparação com Oxford

    O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, comparou a atual situação à interrupção dos testes da vacina de Oxford no início de setembro.

    “Quando da interrupção de Oxford, com seus 900 anos de história, não foi a autoridade máxima de Oxford que veio à imprensa dizer que não havia correlação [entre evento adverso e a vacina]. Quem falou foi o comitê independente internacional. O desenvolvedor é parte interessada”, afirmou. 

    “É fundamental que o comitê se manifeste. É um comitê isento, independente, não é ligado a nenhum desenvolvedor. O desenvolvedor poderá emitir opiniões e conceitos, serão opiniões e conceitos”.