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    Voluntário relata reação à vacina da Moderna: ‘Mesma de alergia a marisco’

    Profissional de saúde de Boston, que teve reação à vacina da Moderna contra a Covid-19, tem histórico anterior de alergias

    Vacina contra Covid-19 da Moderna
    Vacina contra Covid-19 da Moderna Foto: Adriana Toffetti/A7 Press/Estadão Conteúdo (15.dez.2020)

    Por Andrea Diaz e Jacqueline Howard, da CNN*

    Após apresentar uma reação alérgica na véspera de Natal, um profissional de saúde que recebeu a vacina da Moderna contra a Covid-19 no Boston Medical Center disse à CNN que tem um histórico de alergias.

    Esse é o primeiro caso conhecido de reação alérgica a uma vacina contra o coronavírus da Moderna, embora tenha havido pelo menos seis casos semelhantes relatados nos Estados Unidos associados à vacina Pfizer/ BioNTech.

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    “Depois que recebi a vacina, senti taquicardia, mas senti que provavelmente era ansiedade porque fiquei com medo depois de saber sobre as reações da Pfizer nos Estados Unidos, especialmente com aquelas pessoas que têm alergia a frutos do mar, como eu”, explicou o Dr. Hossein Sadrzadeh para a CNN.

    Taquicardia é um termo médico que significa batimento cardíaco rápido ou irregular.

    Depois de verificar seus sinais vitais, Sadrzadeh percebeu que sua frequência cardíaca havia disparado.

    “Seis ou sete minutos após a injeção da vacina, eu senti minha língua e também minha garganta tendo uma sensação estranha de formigamento e dormência, a mesma reação que já tive antes com minha alergia a marisco “, disse Sadrzadeh.

    Sadrzadeh também teve problemas com a pressão alterial e então a equipe médica o levou às pressas para um pronto-socorro, que ficava a apenas alguns minutos da sala em que ele estava depois de receber a vacina contra a Covid-19.

    O profissional de saúde foi monitorado por mais quatro horas após sua reação alérgica e foi capaz de dirigir para casa depois disso. Ele diz que a equipe do centro médico “respondeu excepcionalmente bem”. O Boston Medical Center não foi capaz de fornecer detalhes adicionais, mas confirmou que o incidente.

    Ray Jordan, porta-voz da Moderna, disse à CNN: “A famacêutica não pode confirmar o incidente, mas relatou o potencial evento adverso por meio de seu sistema interno de comunicação de segurança e está investigando”.

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    Ainda não se sabe qual ingrediente nas vacinas contra o novo coronavírus pode estar causando reações alérgicas graves em algumas pessoas. O Dr. Peter Marks, que dirige o Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica do FDA, disse em um comunicado na semana passada que a agência está investigando um composto conhecido como polietilenoglicol (PEG), bem como quatro outros ingredientes possíveis na formulação.

    “Sabe-se que um dos componentes que está presente em ambas as vacinas, o polietilenoglicol, pode ser associado de forma incomum a reações alérgicas”, disse Marks. O polietilenoglicol é um composto que aparece em vários produtos farmacêuticos, incluindo algumas preparações intestinais e laxantes. 

    O CEO da Pfizer, Albert Bourla, explicou em uma coletiva de imprensa na quinta-feira que as reações adversas à vacina foram “muito raras” em testes clínicos. Ele ressaltou que agora que o imunizante está sendo distribuído para milhões de pessoas e os eventos adversos são inevitáveis. O executivo acrescentou que esses incidentes não devem impedir as pessoas de tomar a vacina, especialmente aquelas com doenças preexistentes que as colocam em risco de quadros graves de Covid-19.

    Na quarta-feira, Moncef Slaoui, consultor científico chefe da Operação Warp Speed, disse que há discussões entre os fabricantes de vacinas e os Institutos Nacionais de Saúde para considerar a realização de ensaios clínicos de vacinas Covid-19 em populações muito alérgicas. Ele disse que um teste pode ajudar a entender a taxa de reações alérgicas e o que as está provocando.

    Slaoui havia dito anteriormente à CNN que “a chave é estar ciente de que reações alérgicas podem acontecer”.

    “Se você se preparar, esses são os tipos de incidentes com os quais podemos lidar”, disse Slaoui. “E continuaremos tentando entender o que há na vacina que induz isso, se há algo específico.”

    * Elizabeth Cohen, Maggie Fox e Naomi Thomas contribuíram para esta reportagem