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    Fiocruz: ‘Resultados de restrições contra Covid-19 serão muito diversos no país’

    Pesquisador Carlos Machado defende governos em alerta e afirma serem necessários 15 dias para medir impacto de restrições

    Lockdown na cidade de Araraquara devido ao colapso do sistema de saúde
    Lockdown na cidade de Araraquara devido ao colapso do sistema de saúde Foto: Tetê Viviane/Futura Press/Estadão Conteúdo

    Leandro Resendeda CNN

    Seja sob a forma de um recesso de 10 dias para reduzir a pressão sobre o sistema de saúde, ou através da limitação de serviços e do horário para circulação de pessoas, pelo menos 18 estados brasileiros estão tentando conter o avanço da Covid-19 com medidas restritivas.

    Mas como não houve coordenação nacional para decretação de medidas, os resultados de estados e municípios na luta contra a doença serão diferentes país afora e poderão gerar na população a sensação de que as medidas de controle não foram eficazes.

    O alerta é do coordenador do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Carlos Machado. O pesquisador avalia que são necessários pelo menos 15 dias de medidas e, após, reavaliar o impacto do que adotaram prefeitos e governadores.

    As próximas duas edições do boletim da Fiocruz sobre a pandemia, previstas para semana que vem, irão trazer análises preliminares sobre os efeitos das medidas restritivas decretadas por diversos estados, como toque de recolher, limitação de horário para comércio, bares, restaurantes, dentre outras. “São medidas importantes, mas que em sua maioria não foram implementadas da melhor maneira. No Rio, por exemplo, cidades vizinhas adotaram regras diferentes. São Paulo tenta se fechar, mas o Paraná, que faz divisa, tem outra forma de lidar”, ponderou Machado.

    De acordo com o coordenador das análises semanais sobre o coronavírus, a falta de coerência e unidade nas medidas podem sinalizar para a população de que as decisões foram menos importantes. “Vamos tentar comparar os lugares que adotaram medidas rigorosos com os que foram mais flexíveis. Os resultados serão muito diversos”, afirmou.

    Com recordes seguidos de número de mortes por Covid-19 no país, Machado afirma que nenhum estado brasileiro conseguiu avançar minimamente no combate à pandemia neste mês.

    O Amazonas, único estado que não está em situação crítica no que diz respeito à ocupação de leitos de UTI, não pode viver situação de relaxamento. “Não estar com o sistema de saúde sobrecarregado não significa que a situação está resolvida. Estamos em um momento que demanda muita atenção e muitos cuidados”, afirmou.