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    No ritmo atual, RJ levaria 764 dias para vacinar toda população contra Covid-19

    Estado vacinou 5,62% dos habitantes até o momento

    Stéfano Salles, da CNN no Rio de Janeiro

    Se a campanha de vacinação seguir no ritmo atual, o Rio de Janeiro levará mais de dois anos para conseguir imunizar toda sua população maior de 18 anos contra a Covid-19, público com o qual o imunizante foi testado.

    A projeção é do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), apresentada na plataforma MonitoraCovid-19. O aplicativo, que atualiza os dados diariamente de acordo com o avanço da imunização, estima que o processo levará ao todo 764 dias — dois anos, um mês e quatro dias.

    Até o momento, 5,62% da população do estado foi vacinada. 

    A situação do Rio de Janeiro, porém, é melhor que a média nacional. Por ela, o Brasil levaria 939 dias para vacinar toda sua população contra a doença, ou mais de dois anos e meio. Diego Xavier, pesquisador do ICICT e parte da equipe do MonitoraCovid-19, explica o quanto a campanha deveria ser acelerada para que toda a população possa estar protegida até o fim do ano. 

    “A velocidade atual é de 242 mil vacinados por dia, se pegar desde a primeira dose, até o dia 15. Considerando só dias úteis. Se forem todos os dias, 160 mil doses diárias. Para chegar ao fim do ano e conseguir vacinar toda a população por dia, precisaríamos aplicar 514 mil doses, um ritmo mais de três vezes maior. No Rio de Janeiro, teríamos que passar de 18,8 mil doses por dia para 62,7 mil. Tudo está pronto. O que falta é a vacina”, avalia. 

    Se o dado brasileiro é produto de uma média, isso significa que, em outros estados, a situação é mais dramática. Em quatro estados, a campanha de imunização levaria mais de mil dias. No Piauí, atingiria 1.121. Essa é a única unidade da federação onde a espera pode superar três anos. 

    Roraima é o estado em que a vacinação demandaria menos tempo, de acordo com a plataforma: em 417 dias a população seria vacinada no ritmo atual, quase um ano e dois meses. Em seguida, aparecem Amazonas, com 433 dias, Santa Catarina, 503, Amapá, 521 e Distrito Federal, 540.

    Dos cinco que estão em processo mais acelerado, três são estados da região norte, que viram suas redes de saúde entrar em colapso com o agravamento da pandemia e receberam doses extras.

    O Amazonas é também o estado com a maior proporção de seus habitantes já vacinada: 12,01%. Para Diego Xavier, o estado é um exemplo emblemático do potencial de cobertura do SUS.

    “É um estado pobre, com vários problemas, e a vacinação depende de longas distâncias a serem percorridas de barco. Por que o Amazonas vacinou mais? Porque recebeu mais vacinas. O SUS vacina facilmente mais de 1,5 milhões de pessoas por dia, consegue dar conta. Mas precisa da vacina”, conclui. 

    Na cidade do Rio de Janeiro, este momento, a campanha de vacinação contra a Covid-19 está suspensa por falta de doses desde quinta-feira (11). O município aguarda agora o envio de uma nova remessa, por parte do Ministério da Saúde, para a Secretaria de Estado de Saúde, que faz o repasse para os 92 municípios.

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