RJ: Capital começa a vacinar grávidas com comorbidades
Imunização depende da apresentação de laudo médico que comprove a indicação
A partir desta terça-feira (20), as grávidas com comorbidades podem ser vacinadas contra a Covid-19, na cidade do Rio de Janeiro. Para isso, é necessário apresentar laudo com a indicação médica, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Para a ginecologista da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Cecilia Roteli Martins, a decisão da prefeitura do Rio de vacinar grávidas com comorbidades foi acertada.
“O risco do coronavírus para as mulheres grávidas é muito grande, estamos com uma incidência muito alta para essas pessoas. É ruim, consequentemente, para o bebê também. Eles estão nascendo prematuros, ou seja, com um risco maior de desenvolver algum problema”, explicou Cecília Roteli.
Questionada sobre o risco em vacinar o grupo específico, a médica da Febrasgo afirmou que o “perigo de um possível efeito colateral da imunização é menor do que uma possível contaminação da doença”.
Também recebem a imunização homens com 61 anos e profissionais da área de saúde com 48 anos. O Rio de Janeiro pretende completar a imunização de todos com 60 anos ou mais até sexta-feira (23).
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que essa é a semana mais importante da campanha de vacinação para a cidade, pois os idosos são o grupo com maior possibilidade de agravamento em caso de contágio por Covid-19.
“Se você está nesse grupo, e, por algum motivo, não se vacinou ainda, a partir da próxima segunda-feira, pode procurar qualquer unidade e garantir a sua imunização”, recomendou o secretário.
No último sábado (17) profissionais da educação básica da rede pública, a partir de 55 anos, também começaram a vacinar. Um comunicado oficial do Secretário Municipal de Educação, Renan Ferreirinha, determinou a imunização preferencial apenas para profissionais das unidades públicas do município.
A medida causou desconforto nos professores da rede privada, deixados fora da imunização neste momento.
Para tentar reverter a situação e incluir a classe na vacinação prioritária, o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio) entrou com uma ação no plantão judiciário do Tribunal de Justiça no domingo (19). O presidente do Sinpro-Rio, Oswaldo Telles afirmou à CNN que a decisão da prefeitura foi “discriminatória e desrespeitosa”.
Sobre o assunto, Soranz disse se tratar de uma questão de logística. “Recebemos uma dose maior e resolvemos, então, antecipar essa vacinação. Fizemos de isso levando em consideração a quantidade de doses e o fato desse público ser mais rápido de comunicar e mobilizar para a vacinação”, afirmou.
A partir da próxima segunda-feira (26), o Rio de Janeiro passa a imunizar, também, pessoas com comorbidades, deficiências permanentes, profissionais da educação privada, das forças de segurança, da limpeza urbana e agentes penitenciários.