Garimpo cresceu no Brasil e se intensificou nos últimos cinco anos, diz levantamento
Segundo MapBiomas, 92% da área está presente dentro da Amazônia
O garimpo cresceu no Brasil – e principalmente na Amazônia. A informação é do levantamento feito pelo MapBiomas, que está sendo lançado nesta sexta-feira (22).
O crescimento ficou ainda mais intenso nos últimos cinco anos, principalmente dentro de terras indígenas.
O levantamento feito pelo pela rede de ONGs e universidades analisou imagens obtidas via satélite. O recorte de período foi de 2018 a 2022.
Em 2022, o bioma Amazônia concentrou 92% da área garimpada no Brasil. Nos últimos cinco anos, cerca de 40,7% da área total de garimpo foi aberta dentro do território do bioma.
Com a atividade ilegal, o meio ambiente também é afetado. Segundo as imagens de satélite, é possível notar que os rios Tapajós e Amazonas tiveram trechos poluídas, por exemplo.
O garimpo também cresceu, principalmente, dentro das áreas protegidas, como reservas ambientais e terras indígenas. A área ocupada nesses territórios saltou 190% de 2018 para 2022.
Em 2022, de acordo com o MapBiomas, 39% da área atingida por invasores em busca de ouro estava concentrada dentro de uma terra indígena ou unidade de concentração.
Segundo as imagens, em 2018, as terras indígenas tinham 9,5 mil hectares ocupados pelo garimpo ilegal, enquanto unidades de conservação contabilizavam 44,7 mil hectares. Já em 2022, a área devastada cresceu para 25 mil hectares nas terras indígenas e 78 mil hectares nas unidades de conservação.
Ao analisar apenas o garimpo dentro das terras indígenas, o crescimento é ainda mais expressivo. De 2018 para 2022, o aumento foi de 265%, com mais 15,7 mil hectares ocupados. De acordo com o MapBiomas, cerca de 62,3% da área de garimpo surgiu nos últimos cinco anos.
Segundo as imagens de satélite, a área indígena Yanomami, por exemplo, é invadida pelo garimpo ilegal há 20 anos. Mas foi nos últimos dez anos que se intensificou. Na região, segundo dados de 2022, cerca de 3,3 mi lhectares estão ocupados pelo garimpo ilega. As comunidades indígenas com maior com maior presença de garimpeiros também são: Kayapó (13,7 mil hectares), Munduruku (5,5 mil), Tenharim do Igarapé Preto (1 mil) e Sai-Cinza (377).
Entre os estados, Pará, Mato Grosso e Minas Gerais concentram a maior área de mineração, tanto industrial quanto de garimpo ilegal. São 339 mil hectares, ou seja, 76% do total registrado no país dentro das três unidades da federação.
No Pará, apenas 48 mil hectares são da mineração industrial; enquanto o garimpo acumula mais que três vezes esse tamanho, com 149 mil hectares.