SUS incorpora vacina ampla da meningite ao calendário de imunização
O Sistema Único de Saúde já disponibiliza a todos os brasileiros a vacina da meningite tipo C, mas a mais ampla estava disponível apenas na rede particular
O Ministério da Saúde incorporou, ao Programa Nacional de Imunizações do país, a vacina contra a meningite do tipo ACWY, destinada a adolescentes de 11 e 12 anos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) já disponibiliza a todos os brasileiros a vacina da meningite tipo C, mas a mais ampla, do tipo ACWY, estava disponível apenas na rede particular.
O sorogrupo, representado nas letras que denominam os tipos de meningite, retrata as diversas categorias de bactérias que causam a doença.
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Antes da nova incorporação, o calendário de imunização só contava com a vacina contra o sorogrupo C da bactéria. Esta nova inclusão contemplará, em uma só vacina, quatro tipos da doença: A, C, W e Y.
A vacina ACWY foi comprada pelo Ministério da Saúde no ano passado, mas apenas em quantidade para o ano de 2020, e não de maneira permanente. Com a incorporação, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (1º), a vacina ficará disponível de forma definitiva.
De acordo com o calendário vacinal do SUS, a proteção à meningite acontece com doses na infância – aos 3, 5 e 12 meses – e com um reforço na adolescência, aos 11 e 12 anos.
A vacina do tipo C continuará a ser aplicada, pelo SUS, nas doses da infância, enquanto a do tipo ACWY será aplicada somente no reforço da adolescência.
Os pais que optarem por aplicar a vacina do tipo ACWY em seus bebês, além de outros que quiserem tomar a vacina em outras etapas da vida, ainda precisarão pagar por ela na rede privada.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% dos membros dessa faixa etária são portadores assintomáticos da bactéria, o que faz com que eles estejam entre os principais transmissores da doença.
No Brasil, informações do Ministério da Saúde mostram que, de 2015 a 2019, mais de 50% dos casos de meningite aconteceram em pessoas maiores de 15 anos.
Para o Marco Aurélio Sáfadi, professor de pediatria e de infectologia da Santa Casa de São Paulo e presidente do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, é de suma importância a implantação de uma vacina com maior proteção para os adolescentes, uma vez que são eles os principais vetores de transmissão da doença.
“A meningite é uma doença extremamente grave, imprevisível, e que tem nas crianças as maiores taxas de incidência. Uma vez que tenhamos a possibilidade de vacinar em larga escala e com alta cobertura este grupo de adolescentes, nós conseguimos também interromper a transmissão dessa bactéria na comunidade”, afirmou.
“Trata-se de uma notícia extremamente positiva e que representará um grande avanço no controle dessa doença no nosso país”, conclui Sáfadi.