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    Correspondente Médico: Como o cérebro se adapta aos novos hábitos?

    O neurocientista Fernando Gomes ainda explicou por que algumas pessoas têm mais resistência a mudar de comportamento, mesmo diante do risco da Covid-19

    Na edição desta quarta-feira (15) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocientista Fernando Gomes abordou como o cérebro se adapta aos novos hábitos e por que algumas pessoas têm mais resistência a mudar de comportamento, mesmo diante do risco de uma doença como a Covid-19 – que matou mais de 74 mil pessoas somente no Brasil.

    Gomes afirmou que esses diferentes níveis de adaptação “fazem parte do processo natural que estamos vivendo agora” e exemplificou. “Isso aconteceu com a gente, décadas atrás, quando o cinto de segurança passou a ser incorporado como uma forma de ter segurança no dia a dia. No começo, algumas tinham resistências e, depois de um certo tempo, soa ignorância a pessoa a pessoa não usá-lo”, comparou.

    “É nessa mesma linha de pensamento que estamos construindo isso juntos na nossa sociedade”, acrescentou.

    O médico explicou que o comportamento e a criação de hábitos têm relação com “pacotes motores que ficam armazenados em estruturas cerebrais profundas”, principalmente no sistema extrapiramidal.

    “Temos os gânglios da base junto com a área suplementar motora, que fica próxima ao córtex pré-frontal, como sistemas que fazem com que possamos repetir coisas – como andar de bicicleta, dançar, surfar, escrever e também colocar máscara e saber entrar em um elevador de uma forma diferente”, disse.

    “São diversos padrõesde comportamento psicomotor que estão sendo introduzidos lenta e progressivamente na cabeça de todo mundo”, completou.

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    O neurocientista ainda pontuou que a eventual resistência de alguns grupos em relação a novos hábitos da sociedades tem um “ponto de fragilidade que é positivo”: a transição das gerações.

    “Se ainda existe essa discussão [sobre, por exemplo, fumar em locais fechados], para a próxima geração, que já está aprendendo a lidar com isso, vai soar uma loucura alguém desrespeitar esse ato”, avaliou.

    Aneurisma cerebral

    Correspondente Médico: o neurocientista Fernando Gomes explica causa de aneurism
    Correspondente Médico: o neurocientista Fernando Gomes explica causa de aneurisma cerebral
    Foto: CNN (15.jul.2020)

    Gomes ainda comentou sobre a morte de Grant Imahara, ex-apresentador do programa MythBusters do Discovery Channel e do White Rabbit Project da Netflix, que foi vítima de um aneurisma cerebral aos 49 anos.

    A causa desse rompimento é uma dilatação em uma das bifurcações de um vaso sanguíneo e frequentemente tem origens genéticas.

    “O sangue está chegando e, naturalmente, segue dois caminhos e, nessa espécie de encruzilhada, tem uma fragilidade do vaso, geralmente genética, que faz com que, lenta e progressivamente, exista a formação dessa pequena ‘bexiga’. Se ela rompe, existe um sangramento dentro do sistema cerebral”, explicou.

    Para pessoas com essa tendência, condições como pressão alta ou hábitos como fumar podem fragilizar ainda mais essa parede do vaso. O aneurisma pode levar à morte súbita ou problemas secundários que precisam de tratamento. 

    (Edição: Sinara Peixoto)

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