‘Não encontramos nenhuma ameaça de Jairinho contra Monique’, afirma delegado
Defesa de mãe do menino Henry alega que ela sofria agressões do vereador. Para diretor da Polícia Civil, Monique teve diversas oportunidades de dizer a verdade
Em entrevista à CNN, o diretor do Departamento Geral de Polícia do Rio de Janeiro, Antenor Lopes, afirmou que até o momento não há qualquer indício de que Monique, mãe de Henry, tenha sofrido alguma ameaça ou agressão por parte do vereador Jairo Souza Santos. O delegado fez a afirmação com base em alguns dos elementos de apuração, dentre eles, mensagens recuperadas dos aparelhos celulares de Monique e Jairinho. “O casal entrou e saiu da delegacia de mãos dadas no dia de seus respectivos depoimentos. Estavam em perfeita harmonia”, pontuou.
“Nós não encontramos nenhuma ameaça do vereador Dr. Jairinho contra a Monique. Ela e sua defesa tiveram várias oportunidades, vários momentos para relatar à polícia o que aconteceu no dia da morte de Henry, principalmente se ela (Monique) estivesse sob ameaça ou alguma coação. Nós não conseguimos encontrar nas mensagens algo que indique essa possível coação”, afirmou o delegado à CNN.
A nova defesa de Monique Medeiros tem insistido para que ela seja ouvida novamente, no intuito de “atuar com a verdade”, citando, em seu pedido, os novos depoimentos dados por duas das testemunhas do caso. A defesa também alegou que há “repetição de um comportamento padrão de violência contra mulheres e crianças”. À CNN, a defesa de Monique afirmou que ela já foi agredida pelo vereador, mas não entrou em detalhes.
No termo de declaração do depoimento de Monique, obtido pela CNN, a mãe de Henry disse à polícia que “não acredita que Jairinho tenha feito qualquer coisa contra seu filho, até porque a relação entre eles era boa e ele sempre tentava cativar o amor de Henry”, consta em um dos trechos.
Sobre o pedido dos novos advogados de Monique para um novo depoimento, Antenor Lopes foi categórico e disse que o delegado responsável pelo caso, o Dr. Henrique Damasceno, é quem vai avaliar nesta semana se será necessário ouvir a mãe o menino pela segunda vez e citou diferenças entre os depoimentos da empregada doméstica do casal e da babá de Henry, pois elas não são investigadas e figuram como testemunhas. Para a polícia civil, Monique e Jairinho são alvos de investigação e devem ser indicados por homicídio com a conclusão do inquérito.
“O pedido da nova defesa para que Monique seja ouvida novamente é legítimo. Respeitamos totalmente isso. Porém, a babá e a empregada são casos diferentes; elas não fazem parte das investigações como autoras ou participantes do crime, diferente da Monique”, pontuou Antenor.
A expectativa é de que o inquérito policial que apura a morte do menino Henry Borel, de apenas quatro anos, no dia 08 de março, seja concluído ainda nesta semana, ou até, no máximo, na segunda-feira (26). Após a conclusão, o Ministério Público do Rio de Janeiro decidirá se vai oferecer denúncia contra o casal e, em caso de aceitação da Justiça, mãe e padrasto do menino viram réus e podem ser condenados.