Evento adverso que interrompeu fase 3 da Coronavac foi suicídio de voluntário
Fase 3 dos estudos da Coronavac foi interrompida após Anvisa ter informado que ocorreu 'evento adverso grave'; governo de São Paulo nega relação com vacina
A morte de um dos voluntários foi o evento adverso grave que levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a suspender a fase 3 dos estudos da Coronavac, que está sendo conduzida pelo governo de São Paulo em parceria com o Instituto Butantan. Segundo apuração da CNN, este voluntário cometeu suicídio.
Não se sabe o que levou o voluntário a cometer suicídio.
O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, procurado pela CNN, ainda não se manifestou.
A Secretaria de Segurança Pública de SP afirmou que o caso foi registrado e é investigado como suicídio pelo 93º DP (Jaguaré). “Exames periciais estão em andamento e mais detalhes não serão divulgados até a conclusão dos laudos técnicos para não atrapalhar as investigações”, disse, em nota.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (10), o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que os estudos clínicos da Coronavac não apresentaram reações adversas graves nos voluntários — segundo Covas, o evento adverso grave que ocorreu com o voluntário não tem relação com a vacina.
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“Quando fazemos um teste clínico é esperando que existam reações adversa e efeitos adversos. Essa distinção é importante. Neste estudo que está em andamento, existiram reações adversas, eu mesmo já apresentei esses dados”, disse Covas, em entrevista coletiva.
O diretor do Butantan disse que durante os testes clínicos pode haver o que é classificado como evento adverso na população do estudo, que são acontecimentos que não tem relação direta com a vacina ou o medicamento em teste.
Com a interrupção do estudo pela Anvisa, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado.
Em entrevista no começo da tarde desta terça, Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, disse que a agência não foi informada sobre o suicídio do voluntário.