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    Comunicado do BC afasta apostas de quedas mais agressivas dos juros

    Autoridade monetária ressaltou que deve manter ritmo de 0,50 ponto percentual nos próximos encontros

    Gabriel Bosada CNN* São Paulo

    As apostas do mercado financeiro no aumento do ritmo de corte dos juros recuaram nesta quinta-feira (21), um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reforçar que deve manter o movimento de redução em 0,50 ponto percentual (p.p.) nas próximas reuniões.

    É o que mostram os dados da Opção de Copom da B3 — plataforma que permite a negociação de contratos da taxa de juros na bolsa brasileira.

    Nesta tarde, o cenário para o encontro agendado entre 31 de outubro e 1º de novembro mostrava que um corte de 0,75 p.p. era a expectativa de 10% dos investidores, enquanto uma redução de 0,50 p.p. era prevista por 88%.

    No dia anterior — antes da divulgação do Copom —, a previsão para o corte mais alto era de 13,45%, enquanto a aposta de meio ponto alcançava 84,8%.

    Há uma semana a diferença era ainda maior, com 22% prevendo corte de 0,75 p.p., contra 72,5% de apostas em redução de meio ponto.

    Em decisão unânime, o colegiado do BC anunciou nesta quarta-feira (20) o corte de 0,50 p.p. na Selic, trazendo a taxa básica de juros para 12,75% ao ano e seguindo a expectativa dos analistas.

    As atenções do mercado estavam no tom do comunicado que acompanha a divulgação, que poderia dar pistas para uma possível aceleração no ritmo de cortes.

    O Copom, porém, descartou aumentar a marcha e frisou que, caso o cenário previsto não mude, estão previstos novos cortes de mesma magnitude nos próximos encontros.

    Além da próxima reunião, a agenda prevê uma última decisão de juros entre os dias 12 e 13 de dezembro.

    Em nota, o BC afirmou que o cenário atual demanda “serenidade e moderação” na condução da política monetária.

    No entendimento de economistas e análises consultados pela CNN, a diretoria do BC se esforça para afastar as pressões para que os juros possam cair mais rápido em algum momento.

    “A mensagem principal dada pelo comunicado é que o comitê quer desestimular a leitura de que pode aumentar o ritmo dos cortes”, disse o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani.

    Para o economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, o tom do comunicado do BC foi mais “duro”, ou hawkish, no jargão do mercado.

    “O BC manteve o parágrafo onde ele sinaliza a preferência por continuar no ritmo de corte de 50 p.p. nas próximas reuniões. Ele usa o plural. Existia uma discussão no mercado de que ele poderia sinalizar isso só para próxima, e deixar daqui a duas reuniões em aberto, mas ele preferiu manter essa passagem no plural”, disse.

    *Com informações de Juliana Elias e Amanda Sampaio

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