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    Correspondente Médico: Retomada de bares e restaurantes melhora o estresse?

    Neurocirurgião Fernando Gomes abordou o impacto da reabertura de bares e restaurantes após três meses, saúde mental profissionais de saúde e publicações de ódio

    Na edição desta segunda-feira (6) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre o efeito psicológico da reabertura de bares e restaurantes, assim como ocorre hoje em São Paulo. O médico também falou sobre a saúde mental de profissionais de saúde durante a pandemia e sobre como publicações com discursos de ódio influenciam no comportamento de quem tem acesso a elas. 

    Depois da reabertura de bares e restaurantes no Rio de Janeiro – que registrou lotação e descumprimento das medidas de proteção –, esses estabelecimentos também devem começar a reabrir as portas nesta segunda em São Paulo.

    Em um dos estabelecimentos visitados pela CNN, na Zona Sul ca capital paulista, foram feitas adaptações, como colocação de vidros nas opções de self-service para que a pessoa tenha apenas uma pequena abertura para se servir. 

    Segundo o neurocirurgião, o retorno dessa leva de estabelecimentos tem dois efeitos no cérebro humano – que já estava habituado ao isolamento social. “Existem os dois lados da moeda”, disse.

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    “Em termos de saúde mental, a possibilidade de escolher se sairá ou não, pode trazer uma tranquilidade no cérebro. O efeito colateral disso é provocar uma falsa sensação de segurança e, com isso, as pessoas, muitas vezes, se arriscarem sem necessidade”, exemplificou. “Mas também pode trazer menos ansiedade, já que o ser humano adora poder fazer escolhas”, acrescentou.

    Ele ainda classificou que “a reabertura é desafio porque vai exigir que a gente tenha um comportamento responsável em relação a isso”.

    Saúde mental de profissionais

    Sobre a saúde mental dos profissionais de saúde que estão lidando com o combate à pandemia da Covid-19, Gomes avaliou que é necessário um olhar diferente para essas pessoas na linha de frente. 

    “Não são os equipamentos que tratam os pacientes, mas pessoas que tratam pessoas. E elas são fundamentais para essa batalha que estamos vivendo”, considerou ele, que afirmou que esses profissionais “precisam de um preparo mental adicional”.

    “A gente sabe que a psicologia tem um papel fundamental, justamente para dar suporte e fazer o reconhecimento desse estresse antes que vire uma manifestação clínica de doença – como a ansiedade, depressão e burnout”. 

    Discurso de ódio

    O especialista ainda falou sobre o impacto de discursos de ódio ao abordar a soltura do blogueiro Oswaldo Eustáquio, preso no desdobramento do inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos no Brasil.

    “Quando você solta discursos de ódio – fala palavras pesadas e cria imagens mentais com possibilidades até mesmo cruéis – você impressiona o cérebro de muitas pessoas”, apontou.

    “É lógico que temos o poder na mão – para deixar de ler aquilo ou bloquear aquelas informações –, mas geralmente nem sempre gerenciamos essa entrada, então ficamos vulneráveis do ponto de vista da saúde mental, então essas mensagens influenciam a gente”, completou.

     

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