Líder de protesto contra Belo Monte, cacique Paulinho Paiakan morre de Covid-19
Paiakan, de 66 anos, morreu nesta quarta-feira (17) em um hospital em Redenção, no sul de Pará
Os indígenas do Brasil perderam um de seus principais líderes para a Covid-19 nesta quarta-feira (17), com a morte de Paulinho Paiakan, um cacique kayapó que liderou protestos contra a hidrelétrica de Belo Monte nos anos 1980.
Ao lado do também cacique kayapó Raoni e do músico Sting, Paiakan ajudou a atrair atenção internacional para o custo ambiental e social de se construir a terceira maior represa do mundo no Rio Xingu, na floresta amazônica.
Paiakan, de 66 anos, morreu nesta quarta-feira em um hospital em Redenção, no sul de Pará, estado onde a epidemia de coronavírus se disseminou entre as comunidades indígenas e está matando diversos anciãos tribais.
Em 1998, Paiakan foi condenado a 6 anos de prisão pelo estupro de uma estudante de 18 anos em 1992 com a ajuda da esposa, que também foi condenada.
Belo Monte começou a gerar eletricidade em 2016, mas o projeto original foi reduzido devido à revolta global, e a usina produz cerca de um terço dos 11.200 megawatts planejados inicialmente.