O Grande Debate: A conversa entre Onyx Lorenzoni e Osmar Terra sobre Mandetta
Os debatedores abordaram diálogo entre o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Osmar Terra (PP-RS) sobre Mandetta
O Grande Debate desta sexta-feira (10) abordou a conversa entre o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Osmar Terra (PP-RS) na qual especulam sobre a saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O diálogo foi revelado pelo analista político Caio Junqueira, da CNN, na quinta-feira (9). Além desse tema, o advogado Thiago Anastácio e a economista Renata Barreto ainda debateram sobre as lives semanais feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a articulação do governo.
Primeira a apresentar seu ponto de vista, Renata considerou que “a conversa só explicita aquilo que a gente já sabia”. “De que já existia essa tensão entre os ministérios. Entre Mandetta e o presidente Bolsonaro, é sabido. O Onyx é bastante leal ao presidente e enxerga, como muitas pessoas também veem, que existe um poder paralelo dentro do ministério da Saúde, onde o Mandetta se colocou de uma maneira bastante forte”, avalia.
Ela ressaltou que a ameaça não cumprida sobre a demissão de Bolsonaro é “politicamente ruim” por “demonstrar um pouco de fraqueza” e concluiu dizendo que “a conversa do Onyx com Osmar Terra é apenas mais um dos episódios de coisas que a gente já estava sabendo muito bem”.
Já Thiago elogiou que a conversa tenha sido revelada por meio de trabalho jornalístico e relacionou o ministro Onyx com a figura bíblica de Judas. “Muito curioso que depois de 1987 anos, nós tenhamos novamente numa quinta-feira, um Judas aparecendo”, disse. “Onyx, que é um dos mais próximos do governo, ou agiu por conta própria, o que eu acho muito difícil, ou traiu o presidente da República politicamente”, avaliou.
“Jair Bolsonaro sabia dessa conversa? Não sei. Se sabia, mais grave ainda. Se não sabia, tão grave quanto, porque um ministro seu e um homem muito forte no governo, que é o Osmar Terra, estavam tramando o fim da pacificação que tanto foi salutar”, concluiu.
Em outro momento, o advogado disse considerar que as lives semanais feitas pelo presidente “beiram à imprudência”. “Ele não pode falar uma coisa no pronunciamento e outra na live”, argumentou Thiago.
Argumentos finais
Ao concluir a discussão desta sexta-feira, Thiago Anastácio disse ter discordado de muitas afirmações feitas por Renata Barreto, citou que a análise foi levada do concreto ao abstrato e lembrou dos caminhões de corpos vistos na Itália. “Isso é uma situação muito grave, muito triste, então não vou mais debater o abstrato de forma concreta ou levar o concreto àquilo que pode nascer do abstrato”, afirmou.
Em relação à política e ao enfrentamento da COVID-19, ele acrescentou esperar que “tenham temperança” e sejam “capazes de parar de articular politicamente para pensar no bem do povo”. “Pois não acredito que estejam pensando no bem do povo. Na minha opinião, isso revela, sim, a velha política e a política pela política dentro do que ela é, dentro do jogo do poder.”
Por fim, o advogado conclui: “Eu espero que tudo dê certo, que a verticalização ocorra rápido, mas dentro dos protocolos dentro e cuidados, e não a partir de pequenas e modestíssimas informações baseadas exclusivamente em opiniões”.
Renata citou a verticalização do isolamento com base em dados do ministério da Saúde e considerou que “a articulação política faz parte” do jogo ao voltar a comentar a conversa entre Onyx e Terra. “A conversa no privado transcende um pouco o que a gente gostaria que fosse feito em público, e isso faz parte, inclusive, é parte da democracia”, defendeu.
Para ela, o mais importante no momento é que “as ações sejam tomadas de maneira inteligente” e o “presidente se posicione de maneira firme”. “Afinal, a gente sabe que nós aqui somos os chefes dos políticos, então eles deve nos servir e que o ministério da Saúde faça todo o esforço necessário para encontrar essas soluções”, pediu.
Para finalizar, ela disse que vidas e economia são podem ser dissociadas. “Então, acho que todo mundo quer a mesma coisa, que a gente saia disso melhor do que a gente entrou e com o menor número de casualidades possível”.