‘A mulher que quer fazer escolhas paga com a vida’, diz Gabriela Manssur
A especialista em violência contra a mulher fala sobre o aumento desse tipo de agressão na quarentena e possíveis soluções para este problema no Brasil
A especialista em violência contra a mulher abordou principalmente a necessidade de as vítimas compartilharem suas histórias e denunciarem seus agressores. “É preciso fortalecer a intimidação contra o agressor”.
Ela ainda reforça que, muitas vezes, aqueles que cometem a violência doméstica tentam manipular a percepção da vítima, pelo medo, pela inversão de culpa e pela emoção.
“Todo agressor tenta naturalizar a violência (…) ele sempre sabe quando cometeu alguma violência”.
“Culpa, medo e vergonha forçam o silêncio da vítima”, explicou ela sobre os motivos que muitas vezes levam mulheres agredidas a não se pronunciarem sobre o sofrimento.
“A violência contra a mulher tornou-se banalizada”.
Sobre o perfil das vítimas e dos agressores, Manssur reforça que não existe um estereótipo capaz de enquadrar quem são essas pessoas: “Não há um perfil para agressores e vítimas de violência”.
Ela, entretanto, destaca que por diversas vezes esse tipo de crime é motivado por sentimentos de ciúme e posse, como a necessidade de controle da parceira.
“A mulher que quer fazer escolhas paga com a vida”, afirmou sobre casos em que mulheres são agredidas e mortas, pela simples incapacidade do parceiro em aceitar que elas tenham liberdade e independência.
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Gabriela Manssur é formada em Direito pela Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ela ingressou no Ministério Público do Estado de São Paulo, onde atua como promotora de justiça desde 2003.
Se especializou em Violência Contra a Mulher na Universitá de Roma e atualmente é membro do Comitê Nacional Impulsionador ELES POR ELAS – HE FOR SHE – da ONU Mulheres.
Manssur foi entrevistada por Débora Freitas, Elisa Veeck e Lia Bock, e quem comanda a atração é Luciana Barreto. O CNN Nosso Mundo é exibido às sextas-feiras, a partir das 22h30.
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