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    Ex-assessor de Flávio Bolsonaro fica em silêncio durante depoimento ao MPF

    Victor Granado Alves depôs como parte do inquérito que apura vazamentos na PF

    Leandro Resende, , da CNN, no Rio de Janeiro

    O advogado Victor Granado Alves permaneceu em silêncio durante depoimento prestado ao Ministério Público Federal na tarde desta quarta-feira (27). O procurador Eduardo Benones, do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do órgão, conduziu o procedimento, no âmbito do inquérito que apura suposto vazamento de informações da Polícia Federal que teria beneficiado os então candidatos Jair Bolsonaro (sem partido) e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em 2018.

    Segundo investigadores ouvidos pela CNN, o depoimento era considerado chave para confirmar e aprofundar a apuração iniciada a partir das declarações do empresário Paulo Marinho. Segundo ele, que Flávio Bolsonaro teria sido informado por um delegado da Polícia Federal sobre a Operação Furna da Onça, em 2018. Na ocasião, Flávio Bolsonaro não era alvo (dez deputados estaduais foram presos), mas seu assessor, Fabrício Queiroz, aparecia em um documento anexado ao inquérito. Segundo Marinho, ao ser informado disso, Flávio exonerou Queiroz de seu gabinete.

    O criminalista Marcello Ramalho, advogado que acompanhou Victor Granado durante o depoimento, afirmou à CNN que, em virtude do sigilo profissional (Granado já foi advogado de Flávio Bolsonaro), seu cliente estava proibido de prestar esclarecimentos. “Victor foi ao Ministério Público Federal na condição de testemunha. Ele não é investigado. Está proibido de prestar qualquer declaração em virtude do sigilo profissional de advogado. Se o fizesse, estaria cometendo infração ético-disciplinar, podendo até ser enquadrado em crime”, afirmou.

    Granado foi intimado a prestar depoimento na Polícia Federal na próxima quarta-feira (3), na investigação da corporação que apura o mesmo caso.

    Ainda de acordo com Paulo Marinho, que já prestou depoimento nesta investigação, Victor Granado estava com Miguel Angelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, e Valdenice de Oliveira Meliga, tesoureira do PSL nas eleições de 2018, quando um delegado teria vazado informações sobre as investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Furna da Onça. 

    Victor teve o sigilo bancário quebrado pela Justiça do Rio em 2019 nas investigações do Ministério Público do Rio sobre o esquema das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio, esquema segundo o qual funcionários de deputados estaduais repassam parte de seus salários os parlamentares.

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