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    Pais cobram da Marinha saída de filhos aquartelados há mais de 4 meses

    Marinha afirma que escolas funcionam de acordo com diretrizes do Ministério da Saúde

    Alunos da Marinha do Brasil
    Alunos da Marinha do Brasil Foto: Marinha do Brasil

    José Brito, da CNN, em São Paulo

    Por conta da pandemia da Covid-19, cerca de 750 alunos, entre 17 a 21 anos, das quatro Escolas de Aprendizes-Marinheiros (EAM) da Marinha do Brasil, localizadas nos estados de Santa Catarina, Espírito Santo, Pernambuco e Ceará, estão aquartelados sem previsão de poderem sair. Os pais estão preocupados com risco de contágio e com a falta de retorno, porque os demais militares estão com fluxo normal de serviço e outros alunos já receberam licença para voltarem para as suas casas. 

    A mãe de um dos alunos, que pediu para ter a imagem preservada, diz que os pais querem uma explicação e um prazo do Departamento de Ensino e do 1º Distrito Naval, que comanda todas as escolas. “O pessoal do Escola Naval, do Colégio Naval, Curso de Cabo e Sargento… Todos eles foram liberados, mas os nossos filhos não. Parece que eles foram esquecidos. Só na turma do meu filho tem 217 alunos”, diz. 

    Ela diz que os pais estão muito preocupados, porque os filhos não revelam muita coisa por temerem que as denúncias possam ter como consequência o desligamento deles. “O que eles fazem se um dos meninos for contaminado? Qual o procedimento que eles tomam? Nós não sabemos de nada. A gente não tem ciência do que acontece lá dentro. E como fica a cabeça desses meninos? Já são 120 dias presos sem poderem ir na esquina”, revela. 

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    Uma outra mãe, que também não quis se identificar, disse que o que mais incomoda é o fato de eles não terem a certeza se serão licenciados ou seguem confinados. “Eu acredito que não deveriam ficar presos por tanto tempo. Quando eu falo com o meu filho por vídeo, eu vejo na fisionomia dele uma tristeza. A grande maioria está bem triste e irritada e isso também está refletindo nas notas de alguns deles”, conta.

    Questionada pelos pais dos alunos e pela reportagem, a Marinha emitiu um comunicado e disse que as escolas estão funcionando em consonância com as diretrizes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), bem como o estabelecido na Portaria Normativa 30/GM-MD, de 17 de março de 2020. E que estão mantidas as atividades escolares, adotando os procedimentos compatíveis com seus respectivos cursos, os quais têm como alicerce didático, normativo e legal a modalidade de ensino sob o regime de internato. Informaram também que, no corrente ano, não houve impacto na média histórica de cancelamento de matrículas, nas respectivas escoas. A Marinha explica ainda que reafirma o compromisso e a atenção em prover um ambiente de trabalho seguro ao seu pessoal, civil e militar, condição fundamental para o bom cumprimento de sua missão.