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    ‘Vimos animais queimados, fugindo do fogo’, relata ambientalista sobre Pantanal

    Para os animais sobreviventes, os efeitos da queimadas dificultam que encontrem água, alimento e condição de sobrevivência

    O ambientalista Ilvanio Martins, presidente da organização não governamental Ecotrópica, que trabalha pela preservação do Pantanal, falou à CNN, nesta terça-feira (15), sobre o cenário de devastação que presenciou após o aumento das queimadas que atingem as florestas do bioma e disse que a recuperação levará anos para começar a acontecer.

    “Deparamos com répteis queimados e alguns outros que estavam por ali, em ilhas de alimentação, tontos e desorientados”, relatou Martins.

    “O que a gente percebe é que eles estão realmente fugindo do fogo, estressados e sem nenhuma condição de sobrevivência. A área afetada é muito grande e o impacto também será”, acrescentou.

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    De acordo com o presidente da ONG, o número ainda está sendo contabilizado, mas tudo indica que muitos animais foram afetados. Ele classificou a situação como “estarrecedora, atípica e uma devastação total”. 

    Para os animais sobreviventes, a devastação dificulta que encontrem água e alimento. “Isso sem contar que as espécies vão passar pela fadiga da ausência de alimento em razão da ausência de chuva, que não vai trazer as floradas e, consequentemente, a revegetação das áreas tão rápido”, destacou. 

    Martins defendeu que será “necessário um plano de recuperação para acelerar a recomposição dessas áreas”, mas que a volta da vegetação – que não, necessariamente, significa o retorno dos animais – ainda levará anos.

    “Houve uma grande perda do habitat desses animais. Vai levar um período de quatro a oito temporadas de chuva – o que equivale a quatro a oito anos – para começar a perceber que os sinais [das queimadas] estão se desfazendo”, concluiu.

    Fogo no Pantanal

    Fogo no Pantanal
    Bombeiro tenta conter fogo na região do Pantanal, no estado de Mato Grosso
    Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

    Segundo a plataforma de monitoramento de focos de incêndio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Mato Grosso do Sul já acumula 7.493 pontos de queimadas em 2020, até o dia 13 de setembro.

    Nesta terça-feira (15), o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informou que o governo federal vai anunciar liberação de R$ 3,8 milhões ao Mato Grosso do Sul para o combate às queimadas no Pantanal. A informação foi divulgada à colunista Renata Agostini, da CNN.

    A expectativa é que também haja um anúncio específico para o Mato Grosso, que também foi afetado pelas queimadas. 

    De acordo com decreto assinado pelo governador do MS, Reinaldo Azambuja (PSDB), o fogo já atingiu todos os municípios do estado. Além disso, houve aumento de atendimentos nos postos de saúde em decorrência de problemas respiratórios. A área atingida já ultrapassa de 1.450.000 hectares.

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