Portões do Enem fecham e milhões de estudantes iniciam segundo dia do exame
Alunos respondem a 90 questões de ciências da natureza e matemática; primeiro dia das provas teve abstenção recorde
Os portões das escolas que aplicam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) fecharam às 13h deste domingo (24), e o segundo dia da prova que é porta de entrada para faculdades em todo o país começou.
Nesta segunda etapa, os alunos responderão a 90 questões de ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática. No domingo passado (17), foi a vez das questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e redação.
A prova tem 5h30 de duração e os resultados devem ser divulgados em 29 de março.
No exame deste ano, os alunos enfrentam desafios que vão além da extensão e do conteúdo da prova. A insegurança causada pela pandemia refletiu em um nível de abstenção recorde no primeiro dia de provas deste ano: 51,5% dos inscritos na prova não compareceram. Antes, a maior taxa havia sido de 37,7% em 2009.
No último domingo, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o Enem foi um “sucesso”. “Para os alunos que puderam fazer a prova, foi um sucesso”, disse.
Entretanto, houve quem chegou no local de aplicação e foi barrado, pois as salas já haviam ultrapassado a lotação máxima.
O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Alexandre Barbosa, disse em entrevista coletiva que alunos foram impedidos de fazer a prova em 11 lugares. Para esses, o instituto vai analisar as atas das salas e garantir a reaplicação nos dias 23 e 24 de fevereiro.
No outro extremo, diversos registros de desrespeito ao distanciamento social foram divulgados nas redes sociais. O Inep não anunciou nenhuma mudança para o segundo dia de provas.
Estudantes não conseguem chegar a tempo
Por dez segundos, a estudante Juliana da Silva não conseguiu entrar para fazer a prova do Enem. “Triste, mas são regras e a gente tem que respeitar”, disse a estudante que quer cursar enfermagem.
Ela até tentou uma carona na moto do pai até a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, no Maracanã, na zona norte, para chegar a tempo, mas não foi suficiente. “O sentimento é horrível, mas não pode permitir que a gente desista dos sonhos”, disse o motoboy Luís Gonzaga, pai da jovem.
Na Pontifícia Universidade Católica do Rio, na Gávea, na zona sul, a guia de turismo Nayara Amorim da Silva, que trabalha como gerente de um depósito de bebidas, também chegou atrasada.
Ela perdeu a hora depois de ter chegado tarde do trabalho. Pegou um moto-taxi, mas não conseguiu realizar o exame. “Eu lamento não ter conseguido. Agora, pretendo cursar o ensino superior em uma universidade privada e tentar novamente em 2022 uma vaga na rede pública”, revelou.
(*Com informações de Luana Franzão, da CNN, em São Paulo e Isabelle Saleme e Isabelle Resende, da CNN, no Rio)