Mercado está mais cético com a economia do que há dois meses, diz diretor da Quaest
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (19) mostrou que a avaliação positiva de investidores sobre o ministro da Fazenda caiu de 65% para 46% entre julho e setembro
Para o diretor de Inteligência da Quaest, o cientista político Guilherme Russo, o principal recado da pesquisa divulgada pelo instituto nesta terça-feira (19) está na piora da avaliação do mercado financeiro em relação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, bem como de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da condução da economia como um todo.
“Esta é a quarta rodada da pesquisa e ela mostra uma tendência muito importante, com mudanças ao longo do tempo muito claras”, disse Russo em entrevista à CNN.
“No começo do ano o mercado estava muito cético com o governo Lula, e fomos vendo que, ao longo do tempo, isso melhorou muito. Mas a realidade que essa última pesquisa publicada hoje mostra é que, quanto o mercado está olhando para a economia hoje, eles voltaram a ter um nível de ceticismo maior do que dois meses atrás.”
A pesquisa Genial/Quaest é feita junto a investidores, analistas e gestores do mercado para mensurar a avaliação deste grupo em relação ao governo e sua condução das políticas econômicas.
A proporção do mercado financeiro que avalia positivamente o governo Lula caiu 8 pontos porcentuais entre a edição de julho e a de setembro, de 20% para 12%.
Essa piora se manifestou mais fortemente na leitura sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad: após ter avançado quase 40 pontos porcentuais entre maio e julho, a avaliação positiva sobre o ministro caiu quase 20 pontos nesta leitura, de 65% para 46%.
A avaliação negativa sobre Haddad cresceu 12 pontos no período, de 11% para 23%, e a regular avançou 7 pontos, de 24% para 31%.
“A grande mensagem é que os especialistas do mercado financeiro estão olhando o governo e dizendo que ele está sendo muito otimista”, disse Russo.
“O mercado financeiro está muito preocupado com o equilíbrio fiscal. O governo está com um cenário econômico mais positivo, mas acabou de mandar um orçamento em que diz que quer gastar muito dinheiro. E o mercado fala – ‘ok, entendido, mas como você vai pagar essa conta?'”
*Com informações do Estadão Conteúdo