Unicef: Esperamos que professores sejam mais valorizados no pós-pandemia
O Dia do Professor, celebrado nesta quinta, ressalta os desafios dos profissionais para dar aulas na pandemia
No Dia do Professor, comemorado nesta quinta-feira (15), o chefe de Educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Ítalo Dutra, refletiu, em entrevista à CNN, sobre a importância da profissão em tempos de pandemia e isolamento social.
Para Dutra, que também é professor de matemática, há uma esperança de que a sociedade dê maior valorização aos professores diante dos esforços neste período.
“A gente espera que sim, [que o professor seja mais valorizado]. Acho que, se tem uma classe de profissionais que teve que se reinventar de uma maneira muito rápida e importante, foram os professores”, avaliou.
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Dutra citou os esforços dos professores para incluir as exigências do home office na rotina de trabalho. “A gente sabe que, neste contexto de pandemia e escolas fechando abruptamente, os professores tiveram que passar para as modalidades a distância, aprendendo a dar videoaulas e preparando materiais para serem distribuídos”, exemplificou.
“Então, neste Dia do Professor, nada mais justo do que a gente valorizar e agradecer a esses profissionais que ajudaram famílias, crianças e adolescentes a manterem o vínculo com a escola”, acrescentou.
Por fim, o chefe de Educação do Unicef Brasil disse acreditar que “o desafio do calendário talvez seja o menos complexo para se resolver” frente a outro desafio: “fazer reabertura das escolas de maneira segura”.
“Tem uma série de questões que vão precisar ser adaptadas. Precisamos trabalhar com um bom planejamento, tanto no sentido de prevenir infecções pelo novo coronavírus quanto [para] proteger professores, alunos e demais profissionais da educação”, disse.
“Não tem escola nem educação sem professor”, frisou.
Volta às aulas
Um estudo conduzido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com 3.988 cidades, cuja representação corresponde a 71,6% do total do país, aponta que 82% dos prefeitos acreditam que não será possível retomar o ensino presencial das escolas da rede pública ainda neste ano e quase 94% não têm data definida para o retorno.
O cenário é reflexo das preocupações e incertezas em relação à pandemia do novo coronavírus. A parcela de gestores (17%) que acredita na possibilidade de reabertura das instituições ainda em 2020 só irá adotar o processo de retomada gradual com a garantia da queda do contágio da doença e, também, com a disponibilidade de vacina.
Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista educação Mozart Ramos, haverá prejuízo em manter escolas fechadas enquanto outros setores já estão em atividade mesmo sem a comprovação de uma vacina eficiente contra a Covid-19.
“Deixarmos nossas crianças e jovens fora da escola em um momento em que todos os setores produtivos estão voltando às atividades, inclusive praias e shoppings, vai causar enormes prejuízos sociais e emocionais, de médio e longo prazo, para as nossas crianças”, afirma.
(Edição: Sinara Peixoto)