Luciana Mello diz que momento deve ser usado para se informar sobre racismo
“Infelizmente o caso de George Floyd aconteceu neste momento em que as pessoas estão muito sensíveis pela pandemia, inseguros com o futuro," disse a cantora
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (4), a cantora Luciana Mello falou sobre os protestos que tomaram conta dos Estados Unidos e de outros país em decorrência da morte de George Floyd, um homem negro, por um policial branco. Em sua avaliação, o momento é importante para que as pessoas se informem cada vez mais sobre o racismo.
“Infelizmente o caso de George Floyd aconteceu neste momento em que as pessoas estão muito sensíveis pela pandemia, inseguros com o futuro. É importante que, neste momento, negros e brancos estão se interessando mais sobre isso [o racismo] e se perguntando como podem ajudar e diminuir esse problema estrutural. Precisamos falar dessas minorias, procurem saber, vá atrás”, disse a cantora, filha de Jair Rodrigues e irmã de Jairzinho.
Leia também
Racismo não se combate com medidas legais, diz professor de Harvard
É perigoso para o jogador de futebol se posicionar no Brasil, diz Aranha
Anderson Silva: policiais me seguiam até minha casa nos EUA
“O primeiro passo para você se tornar consciente sobre racismo é perceber quantos negros tem na sua equipe de trabalho, se você escolhe negros na hora de montar sua equipe. Eu quero ver mais dos meus nos lugares em que frequento”, defendeu.
Luciana ainda deu relato pessoal que quando criança, quase sempre sua família eram os únicos negros em restaurantes que frequentavam, e que seu pai, Jair Rodrigues, foi o primeiro negro permitido a entrar em um clube de alto padrão de São Paulo quando foi fazer uma apresentação.'”Imagine quanto meu pai lutou para chegar até lá. Eu graças a Deus tive educação e acesso à escola. Mas nem todos dos meus podem ter esse acesso. E a gente vê muitos negros morrendo todos os dias”, observou.
Luciana ainda relatou já ter sido vítima de racismo e observou o incômodo ao perceber que, ao estar em um restaurante com seu pai, por exemplo, eram os únicos negros presentes. “A gente sente isso. Eu gostaria de ver mais dos meus”.
Ela também relembrou que seu pai foi o primeiro negro a apresentar um programa de televisão — O Fino da Bossa, com Elis Regina — e que Jair Rodrigues foi o primeiro negro a ser “liberado” para se apresentar em um clube tradicional de São Paulo. “Imagine quanto meu pai lutou para chegar até lá. Eu graças a Deus tive educação e acesso à escola. Mas nem todos dos meus podem ter esse acesso. E a gente vê muitos negros morrendo todos os dias.”
(edição Leonardo Lellis)
